Menos de uma semana após ser apresentado como o assassino da menina Beatriz Angélica Mota, 7 – morta na cidade de Petrolina, em Pernambuco, há seis anos -, Marcelo da Silva, 40, apresentou, por intermédio do novo advogado, uma carta em que volta atrás e diz que é inocente. No texto escrito a próprio punho, o homem afirma ainda que foi forçado a confessar o crime.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, o advogado Rafael Nunes explicou a reviravolta no caso – que assumiu na última semana – com o argumento de que Marcelo não tinha defesa instituída quando foi ouvido pela primeira vez. “Eu sou inocente, não matei a criança, eu confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte. Preciso de ajuda”, diz trecho da carta apresentada pela defesa.
Questionado pela reportagem sobre quem paga seus honorários para defender o suspeito, ele alegou ser uma questão de foro íntimo.
Após a fala do advogado, a Secretaria de Defesa Social se pronunciou, em nota, e afirmou que “todo o inquérito sobre o assassinato da menina Beatriz está sendo realizado dentro de todos os parâmetros legais, com zelo e lisura”.
O caso
Beatriz Angélica Mota foi assassinada durante a festa de formatura da irmã, em 2015, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no sertão pernambucano. A menina se afastou da mãe por alguns instantes para beber água no bebedouro da escola. O corpo dela foi encontrado 40 minutos depois, perfurado de facadas, em um depósito próximo à quadra onde acontecia a festa.
Na terça-feira da semana passada, após ser ouvido por delegados, Marcelo Marcelo, que já estava preso por outros crimes, teve o DNA cruzado com o material encontrado na arma do crime.
Ao ser ouvido, ele confessou o crime e foi indiciado pelo assassinato. Nas redes sociais, a mãe da menina, Lucinha Mota, diz acreditar que ele seja o verdadeiro culpado, mas se diz também convicta de que a motivação ainda precisa ser investigada.
“No inquérito de Beatriz, não cabe um inocente. Não cabe. Aqui no inquérito de Beatriz só cabe os culpados. Se foi feito exame de DNA, se deu positivo, tem outros elementos que precisam ser confirmados, principalmente a motivação do crime, porque não vem a polícia dizer que ele é um doido que estava no meio da rua e entrou no colégio, não”. (Metro1)