Enquanto a Bundesliga se tornará neste sábado, 16, o primeiro grande campeonato europeu a reiniciar a temporada 2019-2020, as ligas da Inglaterra, Espanha e Itália esperam seguir o mesmo caminho nas próximas semanas, apesar dos obstáculos, entre temores dos jogadores e precauções dos governos.
Inglaterra: semana decisiva
Na segunda-feira, 11, o governo britânico autorizou a volta das competições esportivas com portões fechados a partir de junho, mas somente se a pandemia do coronavírus estiver controlada. Mas o projeto ‘Restart’ da Premier League, que permitiria concluir as 92 partidas que restam na temporada entre junho e julho, segue encontrando obstáculos, como visto na última assembleia geral dos clubes.
A maioria das equipes não quer voltar a jogar em um número reduzido de estádios neutros, ideia da Premier League para limitar os deslocamentos e aproveitar as estruturas mais adaptadas para respeitar o distanciamento social. “Evidentemente, todos os clubes prefeririam jogar em casa se fosse possível, mas devemos levar em consideração o que dizem as autoridades”, explicou o diretor-geral da Premier League, Richard Masters.
Os dirigentes deverão conseguir convencer os jogadores e técnicos, num momento em que muitos deles expressam temor diante da possibilidade de se colocar em prática uma quarentena antes da retomada dos jogos. Um sinal de que a incerteza segue forte: os 20 clubes cogitaram pela primeira vez na segunda-feira, 11, a possibilidade de suspender definitivamente a competição.
“Segue sendo nosso objetivo terminar a temporada, mas é importante planejar todas as opções”, explicou Masters, que espera poder aceitar oficialmente a retomada do futebol na próxima segunda-feira, 18.
Espanha: objetivo 12 de junho
Na Espanha, onde as equipes retornaram aos treinos individualizados há uma semana, ainda não há data oficial para o reinício do futebol.
Javier Tebas, presidente da LaLiga e que sempre descartou a opção de suspender definitivamente a temporada 2019-2020, afirmou no domingo, 10, à emissora Movistar que gostaria que o futebol voltasse em 12 de junho. A decisão final, porém, depende das medidas estabelecidas pelo governo espanhol.
De acordo com o protocolo de volta previsto pela LaLiga, a competição será retomada com portões fechados, uma medida vista com unanimidade no país. “As pessoas precisam de sua dose diária de futebol. Pensam que se o futebol funciona, tudo funcionará”, resume à AFP Adolfo Barbero, comentarista esportivo da Movistar.
Praticamente todos os protagonistas do futebol espanhol apoiam a volta. Mas há exceções, como os jogadores do Eibar, que na semana passada expressaram “medo”, enquanto as autoridades temem que uma segunda onda de contaminação coincida com o relaxamento das medidas de confinamento.
Itália: Um caminho “muito estreito”
“O caminho está livre… até a metade”, resumiu nesta terça-feira o diário esportivo Le Corriere dello Sport. A opinião apresentada na segunda-feira pelo comitê técnico científico, que aconselha o governo italiano durante o relaxamento das medidas de confinamento no país, abriu uma brecha para que as equipes voltam a treinar coletivamente a partir de 18 de maio.
Mas esse caminho “muito estreito”, como definiu há 15 dias o ministro dos Esportes da Itália, Vincenzo Spadafora, ainda não se tornou uma avenida para permitir a volta do Campeonato Italiano. Apesar dos obstáculos, a liga e a federação apostam que a bola voltará a rolar em meados de junho.
A decisão poderá ser tomada ao mais alto nível pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, que se reunirá nos próximos dias com os dirigentes do futebol italiano. Para que tudo funcione, a fase de treinos coletivos deve se desenvolver sem incidentes. Os clubes sabe que um exame de detecção de coronavírus positivo de um jogador significará o confinamento de toda a equipe por 15 dias.
Assim, a partir de 18 de maio, as equipes terão que viver numa bolha, com os jogadores sendo regularmente testados e monitorados. (A Tarde)