‘Recebi ameaças até de evangélicos’, diz Otto Alencar sobre atuação na CPI da Covid

Foto: Beto Barata/ Agência Senado

O senador Otto Alencar (PSD-BA) revelou ter recebido ameaças de morte até de evangélicos por causa de sua atuação na CPI da Covid. As intimidações começaram a acontecer após ele presidir a sessão preparatória que definiu presidente e vice da comissão.

Otto citou o caso de uma pastora de Minas Gerais, que teria feito os “piores xingamentos” contra ele. “O que me chamou atenção é o caso de uma pastora de uma Igreja Batista Monte Sinai, de Minas Gerais, a pastora Andréia. É uma mensagem em que ela usa os maiores palavrões. Alguém que usa a palavra de Deus. Para a gente ver o nível de tensão e tensionamento que o bolsonarismo causou”, lamentou, em entrevista.

O parlamentar afirmou também que está acionando judicialmente as pessoas que fizeram as ameaças e disse que não vai se intimidar. “Eu não vou pro bate-boca, se o contexto da agressão tiver algo contra honra, vai para a Justiça. Não tenho receio, sou desassombrado nesse negócio. Vou agir de acordo com a legislação.”

INTERFERÊNCIA GOVERNISTA
Um ponto criticado por Otto é a interferência do governo federal na CPI, que visa investigar omissões da gestão Bolsonaro no combate à pandemia. “É uma interferência muito grande. Eles tentaram, através de alguns ministros, chamar líderes para mudar os nomes, procuraram o governador de Alagoas, que é o filho de Renan [Calheiros], procuraram o Sarney. Estão temerosos”, disse Otto em entrevista ao Bahia Notícias. Apesar das tentativas, o senador afirmou que o colegiado vai tentar se blindar das interferências.

Otto rebateu as críticas de que o trabalho na comissão seria para desgastar o governo Bolsonaro e sustentou que os colegas se pautarão pela tecnicidade.

“Vamos fazer uma coisa dentro da lei, estabelecendo critérios técnicos. Eu vou fazer perguntas técnicas, não vou fazer pergunta pessoal. Quero saber por que não assinou contrato de vacina, por que agora está faltando a 2ª dose, por que faltou kit intubação, faltou oxigênio. Não gostaria de estar em uma CPI da Covid-19, eu queria estar comemorando a melhora da situação, ações do governo.’ (Fonte: Bahia Notícias)

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