A Associação Ângela Gomes Protetora dos Animais (AGAPA), que acolhe e protege mais de 460 animais entre cães e gatos na cidade de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), tem enfrentado dificuldades financeiras e estruturais. Sem verba para a compra de pelo menos 200 quilos de ração por dia – o necessário para alimentar todos -, os cães e gatos muitas vezes precisam comer apenas pães para matar a fome. Sem uma estrutura de canil grande o suficiente, alguns bichos também acabam expostos às chuvas.
A cuidadora de animais Ângela Gomes, 64 anos, é a responsável pela associação e conta que faz o trabalho de resgate há 25 anos. As dificuldades começaram a aumentar no início deste ano, quando ela teve que transferir o abrigo de Lauro de Freitas, também na RMS, para Simões Filho. “Aqui onde estou agora, agradeço a Deus. Quase fui despejada da outra sede em Lauro por conta da quantidade de animais, consegui esse espaço em Simões Filho por meio de uma doação após a publicação de uma reportagem. Só que por ser muito distante, as doações não chegam, ninguém vem aqui”, contou.
Para suprir as necessidades alimentares dos 400 cachorros, são necessários diariamente 200 quilos de ração. Já os 65 gatos consomem em média 25 quilos de ração por semana. A cuidadora conta que o gasto mensal com alimentação chega a aproximadamente R$ 15 mil. “Está muito difícil manter por causa do preço da ração. Quem tem animal de estimação sabe, e olhe que não é ração premium nem super premium. É a ração que dá para eles comerem. Estou tendo que dar uma vez só por dia, mas mesmo assim, o consumo é alto. Quando falta dou arroz e soja se tiver. Se não tiver, dou pão”, relatou.
Ângela conta que os animais estão disponíveis para adoção responsável, mas como a maioria é idosa, doente ou com alguma deficiência, não agrada os tutores. “Se eles tivessem bem, saudáveis, podia até conseguir a adoção, mas assim é muito difícil. Preciso primeiro deixar todo mundo curado”, disse, lembrando dos quadros comuns de anemia, carrapato e sarna, o que requer mais gastos com medicamentos.
Uma apoiadora da Associação chegou a lançar uma vaquinha online (veja aqui) afim de arrecadar verba para a compra de suprimentos e a construção de mais canis, já que não há espaço para todos. “Preciso de pelo menos mais dez canis. O pedreiro acha que vou gastar pelo menos mais R$ 50 mil. Como não tem espaço, quando chove o que dá eu coloco dentro de casa e na varanda, o resto tem que ficar na chuva. Outro problema é a areia, que acaba trazendo mais doenças como sarna. Preciso pôr brita ou grama na parte externa para resolver isso. Estou desesperada e peço encarecidamente que me ajudem. Eles sentem dor, fome, tudo que nós sentimos os animais sentem”, finalizou.
Informações sobre doações e contato com a associação podem ser adquiridas através do Instagram da AGAPA ( acesse aqui)