Instalada no terceiro andar do Palácio do Planalto, a tela As Mulatas, de Di Cavalcanti, foi uma das obras de arte avariadas pelos criminosos que invadiram o Palácio do Planalto, no domingo (8). O governo divulgou nesta segunda uma avaliação preliminar dos prejuízos. Somente este quadro é avaliado em R$ 8 milhões. “Os terroristas que invadiram o Palácio do Planalto neste domingo vandalizaram e destruíram parte importante do acervo artístico e arquitetônico ali reunido e que representa um capítulo importante da história nacional”, lamentou o Executivo federal, em nota.
No informe, a equipe do Palácio do Planalto assegura que As Mulatas e a maioria das peças danificadas podem ser recuperadas. O trabalho é mais complexo no Relógio de Balthazar Martinot – peça do Século XVII que foi um presente da corte francesa a Dom João VI.
Estão na lista também a escultura em bronze “O Flautista”, de Bruno Jorge, avaliada em R$ 250 mil; e uma escultura em madeira de Frans Krajcberg, estimada em R$ 300 mil. Na galeria dos ex-presidentes, todas as fotografias retiradas da parede, danificadas e jogadas ao chão e quebradas.
Exposta em um dos salões do Planalto, a mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck foi usada como barricada pelos terroristas. A avaliação do estado geral ainda será feita em estudo mais minucioso planejado pelo Planalto. Juscelino (1956-1960) foi o presidente responsável pela construção de Brasília e transferência da capital para o Planalto Central.
Obra Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, é uma pintura que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República. Foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o térreo do Palácio do Planalto. No corredor de acesso às salas dos ministros palacianos, há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços. Fonte: G1