A nova cara da fama: como as redes mudaram o poder de influência

Imagem: Reprodução

Se um dia a televisão, em sua total hegemonia, pautou tendências, personalidades e até conteúdos, esse espaço se descentralizou. O aparecimento dos influenciadores digitais e o boom das redes sociais reconfiguraram a lógica de proximidade com celebridades, consumo de informação e o comportamento das audiências. E é por isso que o jovem de hoje muito possivelmente não reconhece os globais como figuras de influência, mas conhece absolutamente cada novo nome que surge a cada “rolar de tela”.

Os artistas consagrados de outrora seguem com a sua notoriedade, é claro. Isso é inquestionável. No entanto, estão longe de ser a representação de influência para a geração Z que agora é descentralizada. Virgínia e Zé Felipe, por exemplo, tornaram-se um fenômeno. De tal forma que a vida familiar vai ganhar um reality show. O cotidiano repercutido nas redes sociais não bastou para a sede de estar praticamente dentro da casa da influenciadora em seus milhares de stories diários e em todas telas possíveis que ela puder oferecer.

E é exatamente nesse sentido que a televisão deixou de ser suficiente. A venda da perfeição deixou de engajar. Caso contrário, os vídeos de Virgínia dançando diariamente de pijama e sem maquiagem não gerariam tanta aproximação com o público. Juliette não teria ganhado o BBB21 e Casimiro não seria hoje um dos maiores streammers do país. E sobre isso, Thays Almendra, CEO da Digital Social e especialista em criação e planejamento de influência, deixa sua certeira análise:

“Juliete foi cria de pandemia. O respiro do brasileiro por representatividade em um momento que ninguém mais estava se sentido seguro e ver alguém na tela vivendo, quebrando a cara, vida real representou muito para o público”.

É isso. Com Juliette o público conseguiu participar. Assim como hoje, pode acompanhar como foi o natal de Virgínia e Zé Felipe, se sentir parte daquilo, comentar e saber que assim como o restante dos brasileiros, existe uma reunião familiar barulhenta, com primos, cachorros, sobrinhos e tudo o que há direito.

O consumo deixou de se centralizado, é multi-telas e quanto antes aceitarmos que o mundo mudou, mais poderemos desfrutar das questões e dilema que este fenômeno nos insere. É no mínimo, para refletir. A informação e o entretenimento hoje se estenderam a micro-comunidades que falam sobre tudo, de amantes de BBB a apaixonados por culinária.

“Em 2022, a gente vê a chegada de live streamers, de outros tipos de influência que se diluem também. O Metaverso é um exemplo disso. A inovação impactando no no consumo do conteúdo e na relações de influência. Um outro momento midiático e de como lidamos com nossas interações sociais no on-line e off-line”, também analisou a especialista.

Dentro desse grande ecossistema e dessas novas formas de se produzir conteúdo e interagir, percebe-se que neste novo cenário as possibilidades são infinitas uma vez expandimos o poder de influência antes angariado não mão de uma pequena parcela de pessoas para uma base muito maior e mais diversa, em todos os sentidos. Estar alheio, é só retrocesso. (Metropoles)

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