Alimento e passagem aérea ficam mais baratos, e inflação cai 0,09% em agosto

Foto: Divulgação / Azul

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,09% em agosto, divulgou o IBGE nesta quinta-feira (6). Foi a menor taxa para o mês desde 1998, quando o indicador apresentou queda de 0,51%. Apesar da deflação em agosto, no acumulado do ano o índice avança 2,85%, acima dos 1,62% registrado no mesmo período em 2017. Para o período de 12 meses, o IPCA tem alta de 4,19%. “Há um problema de demanda no mercado interno e as famílias ainda estão endividadas, o desemprego se mantém alto, há um grande número de desalentados. Então, há receio e cautela em gastar”, explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no mês, o setor de alimentos e bebidas e o de transportes foram os que tiveram retração, em 0,34% e 1,22%, respectivamente. O impacto negativo do setor dos transportes foi o mais importante para o índice no mês. O destaque dessa variação negativa vem do grupo das passagens aéreas, que teve uma queda de 26,12% em agosto, após alta de 44,51% em julho. Os combustíveis também caíram, 1,86%, com destaque para o etanol (-4,69%) e a gasolina (-1,45%). Já o setor de alimentação apresenta o segundo mês consecutivo de deflação. Dos itens consumidos pela família, o maior recuo em agosto veio da cebola, com retração de 22,9%, seguida pela batata inglesa, com queda de 11,89%. Dos preços que avançaram, o destaque ficou com o grupo de habitação e com o de saúde e cuidados pessoais –com alta de 0,44% e 0,53%, respectivamente. A habitação, que em julho teve variação positiva de 1,54%, desacelerou influenciada pelas contas de luz, apesar da bandeira tarifária vermelha continuar em vigor. Diante das expectativas sob controle, o BC vem sugerindo que não deve elevar a taxa básica de juros por enquanto, em um momento de atividade econômica fraca e desemprego alto. A Selic está na mínima histórica de 6,50%, e a expectativa é de que termine o ano neste patamar mesmo diante da recente valorização do dólar para acima de R$ 4. (BN)

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