Dentista faz campanha por doações de itens de higiene bucal para quilombo baiano

Uma dentista de 24 anos iniciou uma campanha nas redes sociais para obter ajuda para a comunidade quilombola de Helvécia, distrito do município baiano de Nova Viçosa. Lara Pignaton trabalha na localidade há cerca de um ano e, em entrevista ao Bahia Notícias, contou que a necessidade de ajuda é muito grande. “O quilombo não tem água tratada com flúor, que é essencial para prevenção de cáries. Por isso que, nas grandes cidades, há fluoretação na água. São crianças de cinco a 12 anos com índice de cárie muito mais alto que o normal. Fora que a população lá é bem carente e não tem dinheiro para manter os produtos de higiene oral. Muitos sequer sabem o que é o fio dental”, afirmou. Em uma postagem no Twitter, a profissional fez o pedido de doações de pastas e escovas dentais. Segundo ela, o objetivo inicial era atingir as grandes marcas de produtos de higiene bucal. Para sua surpresa, a campanha foi tão bem acolhida pelos seguidores que houve várias propostas de doações pessoais, apesar de nenhuma empresa ter se manifestado ainda. Até o momento, a postagem teve mais de 8 mil compartilhamentos na rede.

 

“A campanha foi muito bem aceita pelas pessoas. Muitas vieram me chamar pela DM [mensagem direta, em português] do Instagram e do Twitter para fazer doações, mas ainda não criei uma logística para isso porque não sabia que teria essa repercussão. O intuito foi pedir a empresas grandes, mas nenhuma respondeu. Eu não queria dinheiro, apenas produtos. Como até pessoas de fora do país quiseram ajudar, acho que vou fazer uma vaquinha para isso”. Em uma conta no Instagram, Lara já divulga seu trabalho no Projeto Helvécia, realizado por meio da prefeitura de Nova Viçosa. Os serviços de saúde, não apenas odontológicos, são oferecidos em um Posto de Saúde da Família (PSF).Para a profissional, o aprendizado na comunidade ultrapassa a odontologia. “É uma comunidade muito antiga, tem muita história”, contou. O quilombo de Helvécia tem origem na Colônia Leopoldina, estabelecida em 1818, com uso de mão-de-obra escrava para cultivo de café. Atualmente, o distrito tem cerca de 4 mil moradores. (BN)

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