Moradores de Ilha de Maré reclamam de fraude em eleições de Associação de Pescadores

Foto: Reprodução/Google Maps

Relatos de moradores da Ilha de Maré, em Salvador, sugerem que houve fraude nas eleições da Associação de Moradores, Pescadores e Marisqueiras de Ilha de Maré, Porto dos Cavalos, Martelo e Ponta Grossa. Em entrevista ao jornal A Tarde, eles sinalizam que a comunidade ficou nove anos sem que ocorressem eleições e então em 25 de maio deste ano, com 142 assinaturas, houve a escolha do pescador Agnaldo Ferreira para a presidência.

Segundo a reportagem, quando o registro foi encaminhado para ser feito em cartório, foi constatado que uma eleição à parte tinha ocorrido, no dia 2 de agosto de 2020, com apenas 25 votos e a escolha de Eliete Paraguassu como liderança.

Conforme os relatos dos moradores, as pessoas que votaram em Eliete faziam parte da mesma família. A reportagem de A Tarde ainda destaca que a denúncia também afirma que foram constatados votos de pessoas que disseram não ter participado das eleições.

“Queremos uma solução para os pescadores e marisqueiras. As fechaduras da sede da associação foram trocadas pelo grupo que fraudou as eleições. E o espaço é comunitário, serve para questões como as aulas das crianças, as confraternizações da comunidade”, afirmou Agnaldo.

A reportagem traz ainda a informação de que a sede da associação de moradores atualmente está fechada, com sujeira acumulada ao longo da fachada e do teto. O relato dos moradores afirma que o imóvel está fechada há cerca de três meses.

Os moradores associam a suposta fraude nas eleições ao controle de projetos que visam à construção de cozinhas comunitárias na localidade.

A situação vivenciada pelo moradores de Ilha de Maré foi alvo de denúncia no Ministério Público da Bahia (MP-BA) no dia 14 de junho deste ano. À reportagem do A Tarde, o MP-BA disse que a situação está sendo apurada, assim como a possível atuação no caso.

“O Ministério Público estadual recebeu a notícia de fato sobre as supostas irregularidades e está coletando informações para esclarecimento da questão, inclusive sobre a natureza estatutária da associação, uma vez que o MP só terá legitimidade para atuar se a associação tiver finalidade de interesse social e não for apenas voltada a seus associados”, descreve a nota. (Bahia Notícias)

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