Nordestina consegue na Justiça termo ‘intersexo’ em documento

A jornalista Céu Ramos de Albuquerque é a primeira pessoa intersexo no Brasil a fazer a alteração com esse termo no registro civil

A jornalista recifense Céu Ramos Albuquerque, 32, conseguiu o direito de retificar o nome e o sexo na certidão de nascimento no estado do Pernambuco. Ela é a primeira pessoa intersexo de que se tem notícia em todo o Brasil a fazer a alteração com esse termo no registro civil. As informações são da Associação Brasileira Intersexo (Abrai), divulgadas pelo G1 Pernambuco.

A jornalista já fez oito cirurgias para corrigir uma mutilação sofrida na infância e foi buscar o documento, na quinta-feira (7), no Cartório de Registro Civil de Olinda, onde mora e foi registrada quando nasceu.

Para Céu, que também divulga avanços da causa no seu perfil do Instagram, a próxima conquista é garantir que os bebês nascidos com genitálias que não se encaixam nas definições típicas de masculino e feminino sejam registrados como intersexos. Nos dias atuais, esses recém-nascidos são classificados como se tivessem o sexo “ignorado”.

Quem são as pessoas intersexo
De acordo com informações da Abrai, as pessoas intersexo são aquelas que têm características sexuais que, desde o nascimento, não se enquadram nas normas médicas e sociais para corpos femininos ou masculinos.

Essas características podem estar relacionadas a cromossomos, órgãos genitais, hormônios, entre outros.

De acordo com Walter Mastelaro, advogado e um dos fundadores da Associação Brasileira Intersexo, em entrevista ao G1 Pernambuco, uma estimativa sobre a população intersexo varia entre 0,5% a 1,7% da população mundial, que seria mais de 3,5 milhões de pessoas só no Brasil. (iBahia)

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