Polícia apura se o PCC está por trás de chacina em Pedro Juan Caballero

Kaline Reinoso de Oliveira, 22, estudante de Medicina morta a tiros no Paraguai / Imagem: Reprodução

A Polícia do Paraguai investiga se o PCC (Primeiro Comando da Capital) está por trás da chacina que vitimou três mulheres e um homem mortos a tiros na manhã de hoje em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã (MS) (saiba mais aqui). Entre as vítimas estão duas brasileiras estudantes de medicina.

Na tarde anterior, no lado brasileiro, o vereador Farid Charbell Badaoui Afif, 37, também foi morto a tiros. As cinco mortes aconteceram em menos de 24 horas. Autoridades paraguaias e brasileiras investigam se as duas ações têm alguma relação.

O serviço de inteligência do Paraguai já apurou que o alvo da chacina de hoje em Pedro Juan Caballero era Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto. O PCC o acusou de ajudar a polícia paraguaia a prender em março deste ano Weslley Neres dos Santos, o Bebezão. Ele havia assumido o posto de Giovanni Barbosa da Silva, 30, conhecido como Koringa ou Bonitão, detido dois meses antes.

O serviço de inteligência do Paraguai já apurou que o alvo da chacina de hoje em Pedro Juan Caballero era Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto. O PCC o acusou de ajudar a polícia paraguaia a prender em março deste ano Weslley Neres dos Santos, o Bebezão. Ele havia assumido o posto de Giovanni Barbosa da Silva, 30, conhecido como Koringa ou Bonitão, detido dois meses antes.

Koringa era o chefe do PCC no Paraguai e coordenava da região de fronteira o tráfico de drogas e armas para a facção brasileira. Ele foi preso em Pedro Juan Caballero e depois acabou transferido para uma penitenciária federal no Brasil.

Osmar Grance estava em um carro e voltava de uma festa com as brasileiras Kaline Reinoso de Oliveira, 22, e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, além de Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambai, no Paraguai.

Segundo a polícia paraguaia, os assassinos dispararam mais de 100 tiros de fuzil. Osmar Grance, motorista do veículo, foi atingido por 31 disparos. Kaline levou 14 tiros, Rhamye 10 tiros e Haylee seis tiros.

Fontes paraguaias revelaram que depois da chacina, o candidato a prefeito José Carlos Acevedo, irmão do governador Ronald Acevedo, discutiu com familiares de Bebeto. A polícia local foi chamada para apartar a briga.

A fronteira dos dois países vive momento de tensão nos últimos anos, com uma série de assassinatos. A violência na região aumentou depois que o PCC montou um quartel-general com 174 homens em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

Operação Exílio

A Polícia Federal do Brasil chegou a esse número após deflagrar a Operação Exílio, em 25 de junho do ano passado, para desarticular os integrantes da organização criminosa brasileira no país vizinho.

Na ocasião foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, sendo nove em Ponta Porã e um em São Bernardo do Campo (SP). No telefone celular apreendido com um dos alvos da operação havia um arquivo denominado “Levantamento dos Irmãos do Paraguai”.

Agentes federais descobriram que o arquivo tratava-se de um cadastro com os nomes de 174 integrantes do PCC que se encontravam na região de fronteira. O nome de Koringa era o primeiro da lista, conforme reportagem publicada nesta coluna em 26 de janeiro deste ano.

Na tarde de sexta-feira, o vereador Farid Afif foi morto quando andava de bicicleta. Os tiros de pistola calibre 45 foram disparados por um homem que estava em uma motocicleta. A vítima morreu no local.

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