Por que algumas pessoas sentem cheiro de barata?

As baratas liberam um cheiro graças à molécula trimetilamina. Mas não são todos que conseguem sentir.

 Foto RHJ/ Getty Images/Reprodução

Peraí, barata tem cheiro? Pois é, um dos insetos que mais causa medo e nojo nas pessoas possui um cheiro bem peculiar. O lance, na verdade, é que nem todo mundo consegue sentí-lo. Essa “habilidade” que somente algumas pessoas possuem está gravada no DNA, e se deve a uma combinação de fatores.

Uma das formas de comunicação das baratas é o cheiro. Os feromônios produzidos por elas (chamados também de hidrocarbonetos cuticulares) possuem uma substância química chamada trimetilamina (TMA). Essa molécula libera um odor que só pode ser sentido por quem possui um gene específico que codifica o quimioreceptor da trimetilamina.

Não é todo mundo, porém, que possui esse gene ativo. Algumas pessoas têm uma mutação nessa região do genoma, fazendo com que elas não sintam o cheiro da TMA (e consequentemente, o das baratas).

Como é o cheiro da barata?
Segundo relatos (inclusive, o do próprio autor deste texto), o cheiro parece algo mofado ou oleoso, mas não necessariamente (é meio difícil descrever, rs).

Esse “perfume” pode variar dependendo de alguns fatores do ambiente: o quão limpo ele é, os alimentos que a barata entra em contato por ali etc. Além disso, baratas de espécies diferentes possuem cheiros diferentes também.

E elas não são as únicas. As formigas também possuem cheiros diferentes que nem todo mundo consegue sentir. Algumas espécies (como a Lasius interjectus) têm cheiro de citronela, enquanto outras, como como as do gênero Odontomachus, cheiram a chocolate.

Nem todas possuem o cheiro forte o suficiente para que a gente consiga sentir. Às vezes, só conseguimos percebê-lo quando há uma grande colônia de formigas ou quando o pobre animal é esmagado (liberando seu odor).

Essa diferença na percepção de cheiros não se restringe somente às baratas ou formigas. Uma pesquisa publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em 2019 revelou que pessoas não sentem os cheiros da mesma forma. Nós possuímos mais de 400 receptores olfativos diferentes – porém, devido às variações genéticas de cada indivíduo, uns são mais sensíveis para determinados odores do que outros.

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