Santa Cruz Cabrália: Mais de 80 auxiliares de classe são demitidos e profissionais de outras áreas assumem crianças com necessidades especiais

Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

A Prefeitura de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, demitiu 82 auxiliares de classes na última semana de outubro, um mês antes do ano letivo terminar. Segundo a secretária de Educação, Dilza Reis, a exoneração precisou ser feita para respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois o órgão estava gastando mais do que o permitido na folha de pagamento mensal. Os funcionários demitidos tinham contratos até 30 de novembro. As auxiliares exerciam a função de cuidadoras, e eram responsáveis por ajudar a professora nas atividades e dar apoio para crianças com deficiência ou com dificuldade de locomoção.  “Quem programou as contas de dezembro vai ter que dar outro jeito”, lamentou Fernanda Rangel, uma das auxiliares demitidas. A demissão dos funcionários deixou os pais das crianças preocupados. “Eu acho que não era preciso isso acontecer agora, faltando um mês. A gente não concorda com isso”, disse Laudeni Araújo, mãe de um dos alunos. Joseane Libório, tem uma filha com espectro autista de 5 anos, que desde a exoneração dos auxiliares, não vai a escola. “Ela depende de um cuidador. Se não tiver, ela não tem como ir para sala de aula”, disse a mãe da criança. Revoltados com a situação, alguns pais de alunos procuraram o Ministério Público da cidade para fazer reclamações sobre a demissão antecipada. Os pais das crianças se reuniram também com a Secretária de Educação do município, que se comprometeu a remanejar outros funcionários, de outros setores da educação para atuarem nas escolas que tiveram os auxiliares demitidos. Entretanto, os pais estão preocupados, pois não sabem se os funcionários remanejados têm capacidade de exercerem as funções feitas pelas cuidadoras e auxiliares de classe. “Quais setores que eles estavam antes? Eles vão exercer dupla jornada? A nossa preocupação também é essa. Eles estão capacitados para acolher essas crianças?”, falou Daniela Santana.

Uma das unidades não tinha aula desde sexta-feira (2), mas as atividades voltaram ao normal na terça-feira (6), com a função de auxiliar de classe exercida por auxiliares de serviços gerais, porteiros, coordenadoras, vice-diretora e até pela diretora da escola. A secretária de Educação afirmou que os funcionários podem auxiliar as professoras independentemente do cargo e que o período de atuação deles será de um mês. “A lei exige que o maximo é 54% e estávamos gastando mais 64%, já tínhamos sido alertados e a medida foi tomada para reduzir índice. Então, me organizei com os diretores das escolas porque as escolas têm pessoas para fazer esse atendimento. E, na ausência de quem perdeu o contrato, o substituto está atendendo. Todo o quadro que dá o suporte para funcionar e terminar o ano letivo foi mantido”, explicou a secretária de Educação. (G1/Ba)

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