25 de novembro marca o Dia Internacional da não violência contra a mulher

Foto: Divulgação

As brigas entre casais aumentaram em 431% entre fevereiro e abril de 2020, segundo uma pesquisa realizada pela empresa Decode Pulse, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O levantamento foi feito por meio do monitoramento de relatos de violência doméstica no Twitter e constatou aumento de 37% em março e 53% em abril, período em que foram intensificadas as medidas de isolamento físico no combate à Covid-19.

Também em abril, quando o isolamento social imposto pela pandemia já durava mais de um mês, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas no canal 180 deu um salto: cresceu quase 40% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).

25 de novembro. Esta foi a data estabelecida durante o Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em Bogotá, Colômbia, em 1981, como o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, com o objetivo de realizar manifestações e agenda especial de atividades pela vida das mulheres.

A violência de gênero tornou-se um problema estrutural que afeta as mulheres aumentando a subordinação ao gênero masculino. Origina-se na falta de igualdade das relações entre homens e mulheres em diferentes âmbitos e a discriminação persistente para as mulheres. Trata-se de um problema social presente tanto no âmbito doméstico quanto no público em diferentes vertentes: física, sexual, psicológica, econômica, cultural, etc e afetam as mulheres desde o nascimento até a idade avançada. Não está confinada a uma cultura, região ou país específico, nem a grupos particulares de mulheres na sociedade.

O combate contra a violência de gênero tem uma importante dimensão política, afirmam especialistas de diferentes âmbitos. A educação e uma resposta adequada da justiça que evite a impunidade são importantes chaves para lutar contra a violência que oprime as mulheres. Atingir a igualdade de género passa necessariamente por «transformar as regras sociais» e os papéis que subordinan a mulher, defende a diretora regional de ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, Luiza Carvalho.

A forma mais comum de violência experimentada por mulheres a nível mundial é a violência física infringida por um casal íntimo, incluindo mulheres golpeadas, obrigadas a ter relações sexuais ou abusadas de alguma outra maneira. Entre as formas cotidianas de violência contra as mulheres —denuncia a ONU— encontra-se também o tráfico de mulheres, a mutilação genital feminina, o assassinato por causa de dote, o “homicídio por honra”, a violência sexual nos conflitos armados, etc.

Até 70 por cento das mulheres sofrem violência ao longo da suas vidas. (cliccamaqua)

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