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Não é só desculpinha para desmarcar compromissos: uma pesquisa do Ibope afirma que 97% das pessoas tiveram dor de cabeça pelo menos uma vez no último mês. E sete em cada 100 passam por isso todos os dias. O problema é comum, mas não deve ser considerado normal – principalmente quando se tem quatro ou mais crises por mês ou, mesmo que menos frequentes, elas estejam abalando (no mau sentido) sua rotina, obrigando você a perder prova, reunião, festa ou treino. E, como prevenir é sempre melhor do que remediar, é preciso identificar qual a causa da sua dor. Isso fica mais fácil se você apostar em apps como o Diário da Cefaleia, que registram dia, horário, região, intensidade da dor, e o que você comeu ou fez antes dela. Essas informações são valiosas para o médico fechar o diagnóstico e indicar o tratamento. A BOA FORMA listou as perguntas que você deve se fazer sempre que o pancadão começar.
1. Lembrou de beber água?
O corpo precisa de sais minerais para funcionar bem. “A falta de água afeta a disponibilidade desses nutrientes no cérebro e aciona o mecanismo da dor”, explica a neurologista Vanessa Teixeira Müller, diretora da clínica VTM Neurodiagnóstico, no Rio de Janeiro.
Vaza, dor: Beba 2 litros de líquidos por dia, ou mais, se faz calor ou você suou demais no treino. “Não espere a sede para se hidratar”, diz a especialista.
2. Você comeu bem?
Ficar horas em jejum, ou até mesmo fazer uma dieta que limita muito os carboidratos do menu, priva os neurônios do seu principal combustível, a glicose. Aí, o trabalho das células nervosas fica prejudicado a ponto de causar dor de cabeça. Mas nada de considerar o chocolate um santo remédio, ok? “Excesso de açúcar e gordura também leva a crises”, avisa Vanessa. Além dos doces, alimentos como queijos, embutidos, molho de soja e frutas ácidas são gatilhos da enxaqueca.
Vaza, dor: “Liste o que comeu antes de cada crise e evite os itens que se repetem nas anotações”, orienta o neurologista Mauro Eduardo Jurno, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia. No dia a dia, alimente-se a cada quatro horas e invista em fontes?de vitamina B2 (fígado e ovo) e magnésio (espinafre, amendoim, sementes de abóbora), que melhoram?a atividade cerebral.
3. Exagerou no cafezinho?
Quem abusa dele fica mais sujeita a crises. Mas, sim, também existe cefaleia ?por abstinência! Se você, por exemplo, toma várias doses no trabalho e no fim de semana não, pode sentir o efeito da falta de cafeína.
Vaza, dor: O ideal é não ultrapassar três xícaras por dia. Se você ingere mais que isso, reduza gradualmente – tire uma xícara por semana. “Mas não vale trocar o café por chá-preto, mate, bebidas termogênicas e energéticos”, adverte Vanessa. “Elas provocam vasodilatação, que pode acabar em dor de cabeça.”
4. Tomou bons drinques?
Cerveja e vinho tinto são o início de muitas cefaleias. Pior ainda quando você extrapola – e acorda no dia seguinte dizendo que nunca mais vai beber… “A tiramina, substância produzida na fermentação das bebidas, faz os vasos sanguíneos do cérebro pulsarem mais forte, o que atinge em cheio quem tem tendência a dor”, diz Vanessa.
Vaza, dor: A cada dose de bebida, tome duas de água – e jamais beba em jejum. (Boa Forma)