Ex-diretor da OAS, Manuel Ribeiro Filho, que não firmou delação premiada afirmou, em interrogatório, ao juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal do Paraná, ter se recusado a autorizar pagamento de propinas na empreiteira. As informações são do colunista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.
Ele é acusado em ação sobre supostas propinas na Torre de Pituba, sede da Petrobras, em Salvador. Em seu depoimento, ele disse que os termos ‘propina’, ‘vantagens indevidas’, não eram sequer mencionados ao seu redor, na empreiteira que é um dos pivôs da Operação Lava Jato. No entanto, admitiu que a empreiteira tinha um departamento para ‘caixa dois’, enquanto lá trabalhou.
“As expressões adotadas… não tinha essa expressão: vantagens indevidas. Isso não existia. Não existia vantagens indevidas. Propina, ninguém falava em propina. Essas coisas eu tenho e não podia adivinhar o que estava acontecendo”, disse.
Ribeiro Filho nega ter feito parte de acertos. No entanto, admite que a empreiteira tinha um departamento apelidado de ‘Controladoria’ que cuidava de caixa dois. “O que não era contábil, eu não estou aqui me referindo a como chamam hoje, porque, naquela época, ninguém chamava isso, de vantagens indevidas, eu não estou me referindo a isso. Estou me referindo a recursos de campanha, comissões, pagamento de telefone celular que pessoal não queria que circulasse”.
A construção da Torre Pituba é alvo da Operação Sem Fundos, 56ª fase da Lava Jato deflagrada nesta sexta-feira, 23. A sede foi concebida, segundo a Procuradoria da República, por dirigentes da Petrobrás e da Petros para abrigar a estatal em Salvador. Os investigadores estimam em R$ 1 bilhão o superfaturamento do empreendimento – orçado, inicialmente, R$ 320 milhões, custou R$1,32 bilhão. (Metro1)