Líder do BDM, João de Pirajá, foi morto em Salvador com tiros no tórax e pescoço disparados pela polícia

Líder do BDM, João de Pirajá, foi morto com tiros no tórax e pescoço disparados pela polícia
Traficante Jão de Pirajá reagiu a abordagem policial e foi baleado (Foto: Divulgação/SSP)

João Teixeira Leal, líder da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM) em Pirajá, morreu na manhã de terça-feira (17), após uma megaoperação da polícia dentro de Flat onde se escondia, no Jardim de Alah, na Orla. De acordo com o boletim de ocorrências do posto policial da unidade hospitalar, Jão foi atingido pelos disparos na região do tórax e pescoço. Ainda segundo o boletim, Jão se opôs ao cumprimento do mandado de prisão e, mediante ao porte de uma arma e agindo com violência contra os policiais, ‘que revidaram dentro da proporcionalidade’.

Conhecido como Jão de Pirajá, o traficante ainda chegou a ser socorrido pelos policiais do Centro de Operações Especiais da Policia Civil (COE) para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu horas após ser baleado no tórax e pescoço.

Ao cessar dos disparos, a policia detectou que o corpo de João estava ao solo e informaram que, rapidamente, foi prestado o devido socorro para o HGE.

Jão foi surpreendido ainda na madrugada por cerca de seis policiais do Centro de Operações Especiais (COE), que invadiram os apartamentos do Flat Jardim de Alah, na Avenida Octávio Magabeira, na Praia de Jardim de Alah, em Salvador, no cumprimento do mandado de prisão em desfavor do traficante.

João era conhecido como líder do Bonde do Maluco em Pirajá, e havia sido preso em setembro de 2014, num sítio na cidade de Amélia Rodrigues, com R$ 20 mil em espécie e um tablete de maconha. À época, o traficante respondia a 13 processos por tráfico de drogas e homicídios e tinha um mandado de prisão em aberto.

O corpo de Jão, até a manhã desta quarta-feira (18),  ainda está aqui no IMl, a família ainda não compareceu para fazer a liberação.

Pagode e facção

O traficante João Teixeira Leal, o Jão de Pirajá, usava uma banda de pagode para lavar dinheiro da facção. A informação foi divulgada pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (17), durante apresentação do balanço da megaoperação que resultou na morte dele e na prisão de 13 pessoas acusadas de envolvimento no grupo criminoso.

“Durante as nossas investigações, constatamos que ele era dono de uma banda de pagode que era usada para lavar dinheiro. E a gente tem constatado muitos isso. Traficantes usam essas bandas para tal prática por que é muito fácil. Se declara que houve 100 pessoas num show, quando na verdade foram 20”, declarou o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil. Ele preferiu manter o sigilo sobre o nome da banda.

Jão de Pirajá estava no crime há mais de 20 anos e o seu patrimônio vai além de casas, fazendas, apartamentos e carros em Salvador. “Pelo tempo, não há dúvida que ele tem muito mais do que isso, mas estávamos cruzando as informações. Essa operação foi iniciada há um ano e meio e ainda estamos levantando muitas informações. Muita coisa precisa ser feita. Sabemos que os imóveis não estão no nome dele e para isso precisamos de todo o levantamento dos cartórios”, disse o delegado. 

Apesar de fazer uso uma tornozeleira eletrônica, e por isso tendo os passos monitorados, ele continuava a comandar ações da BDM em Pirajá e parte do Parque São Bartolomeu. Temendo uma represália, a Patamo ocupou as duas localidades afim de evitar toque de recolher e ataques a ônibus. 

Jão de Pirajá ocupava a terceira posição no organograma da facção, juntamente com George Ferreira Santos, o Neguinho, que teve o mandado de prisão cumprido nessa operação em uma unidade prisional do estado do Maranhão.

Ele recebia ordens do atual líder da facção Cristiano da Silva Moreira, o Dignow, conhecido também por Maluco ou Azuado, o Às de Ouro do Baralho do Crime, que assumiu o topo do organograma com a morte do fundador do BDM, José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, morto no dia 4 deste mês do Mato Grosso do Sul. 

“Aqui, na Bahia, Jão era o responsável por administrar a distribuição de drogas e armas da facção. Ele já foi preso mais de uma vez e era solto depois pela Justiça”, disse o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil. (Correios)

 

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