No programa Meio-Dia e Meia, Live do Voz da Bahia, o secretário administração de Santo Antônio de Jesus e advogado, Dr. Igor Coutinho esclareceu pontos que levaram ao fechamento do comércio do município no dia 18/06, última quinta-feira neste período da pandemia pela covid-19; além das novas medidas para supermercados, o recurso de R$ 9 milhões advindos do Governo Federal e sobre as tradicionais fogueiras do São João.
ANÚNCIO DO FECHAMENTO DO COMÉRCIO:
Dr. Igor relembra que essa medida do fechamento do comércio foi anunciada desde o dia 5 de junho e após o alerta por parte da Secretaria de Saúde do um risco colapso na capacidade da rede de Saúde Pública do município, “foi necessário planejamento para evitar tal problema, e esse planejamento inclui a medida do fechamento do comércio”, disse.
“LUZ AMARELA”:
O secretário aponta que a pandemia está fazendo a população viver duas crises; a da saúde e a da economia, “estamos sempre tentando equilibrar essas crises, esse tem sido nosso grande desafio, mas nesse momento os números têm nos mostrado sinal amarelo e ouvindo as orientações e as alertas das autoridades sanitárias do município, tivemos um motivador dessa nova medida. Quando fechamos em março não tínhamos nenhum caso, chegou o primeiro caso, 10 casos, 100 casos, estamos quase por 200 casos, chegou a primeira morte, a segunda morte, a terceira morte, ontem a quarta, quinta mortes e com esse alerta, com esse risco de colapso da rede acessível, para gente a luz amarela, então daí a necessidade dessa nova medida e desse novo mergulho, mas já estamos trabalhando com um planejamento para retomar as atividades”, explica.
“IMÃ DO COMÉRCIO”:
Ainda sobre o fechamento do comércio Coutinho aponta que o comércio não é o único transmissor do coronavírus, com tudo, denomina o ramo como forte e atraente de visitantes, “Santo Antônio tem esse slogan de comércio mais barato e tem uma força muito grande na região e ele tem o poder de atrair as pessoas, o comércio é o verdadeiro imã, ele atrai as pessoas para circulação, no momento em que as pessoas vão ao comércio, elas circulam pelas ruas e elas tem mais contatos umas com as outras”, garante.
AGLOMERAÇÕES:
Mesmo com o comércio fechado, as aglomerações nos supermercados, bancos e lotéricas ainda é uma preocupação. Diante disso, Dr. Igor afirma que já estão sendo elaboradas algumas medidas específicas para esses ramos, “pode ser que a gente publique protocolos específicos principalmente para o funcionamento dos supermercados. Isso ainda está em análise e pretendemos fazer um trabalho específico de fiscalização especialmente neste momento do fechamento do comércio nessa questão das lotéricas e dos bancos. É algo difícil porque o pessoal da fiscalização vai, atua, corrigi e quando sai, dentro de cinco minutos, as coisas voltam como estavam antes, e não temos fiscais para estar na cidade toda ao mesmo tempo, então esse é um problema que a gente precisa, e aí entra o papel do cidadão, se este não tiver a consciência e não colaborar, é impossível diminuir a curva”, relata.
RECURSO DO GOVERNO FEDERAL PARA SAJ:
Sobre o repasse do auxílio do Governo Federal para a saúde do município, Dr Coutinho expõe que é preciso entender que esse valor tem duas finalidades, “a maior parte desses R$ 9 milhões e pouco que são divididas em 4 parcelas e já chegou a 1ª parcela de R$ 2 milhões e pouco, mas os quais menos de R$ 400 mil que é para o enfrentamento da pandemia, o restante dessa parcela de R$ 2 milhões e pouco, ele é reposição de perdas arrecadatórias que nós já tivemos. Então na verdade, o Governo está repondo o que a gente tinha que ter recebido e não recebeu dos repasses. Veja que uma prefeitura tem de um ano para outro, um orçamento que é aprovado na Câmara, que é uma lei orçamentária, e esse orçamento tem receita e em cima dessa receita nós já temos as despesas previstas para essas receitas e com a pandemia, essa receita foi frustrada não aconteceu. Então o que está acontecendo agora é uma reposição parcial dessas perdas de arrecadação, então a maior parte desse valor não veio para o combate da pandemia, veio para a gente cumprir o nosso orçamento. O município tem contratos e obrigações já previamente empenhados e precisam ser honrados e cumpridos, isso é importante esclarecer”, fala.
TRADICIONAIS FOGUEIRAS:
Sobre as fogueiras no período junino, o secretário de administração afirma ainda ao Voz da Bahia que há uma grande preocupação devido a questão cultural no município, “na última reunião com conselho, o diretor do Hospital Regional enfatizou essa preocupação com o fluxo no hospital, já que o mesmo possui uma Unidade de Queimados e esse período costuma aumentar o número de acidentes, devido a fogos e fogueiras. Além disso, a fumaça potencializa as doenças respiratórias, então isso pode ser o elemento que agrava ainda mais o nosso quadro de pandemia. Essa questão das fogueiras estão sendo avaliadas pelo Comitê da Secretaria de Saúde e possa ser que seja anunciada medidas duras em relação a esse tema”, pontua.
Reportagem: Voz da Bahia