A eleição para a nova gestão do Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA) só vai acontecer oficialmente em 1º de outubro, mas já está gerando polêmica. O pleito deste ano retomou a votação por meio do voto impresso, o que tem gerado polêmica entre as chapas. As regras para as eleições do conselho ainda permitem o envio dos chamados votos por correspondência, quando o profissional não comparece presencialmente para votar, mas envia sua escolha através de ofício.
Os votos, que já tem chegado à sede do órgão, e podem chegar até o dia da eleição, levantaram suspeita de possibilidade de fraudes no processo.
A mudança, divulgada por meio de um ofício assinado pelo presidente do conselho, Marcel Lautenschlager Arriaga, que concorre à reeleição, gerou desconforto em profissionais. Comentários nas redes sociais apontam que a atual gestão do conselho teria optado por práticas retrógradas, e que a modalidade aumenta a possibilidade de fraude e gera despesa adicional em torno de R$ 50 mil custeada pela categoria. Tudo isso com a intenção de permanecer à frente da entidade.
Candidato da oposição, Paulo Henrique Alves afirma que os votos por correspondência já recebidos pelo órgão tem sido entregues de forma improvisada e aumentado a insegurança. “Estamos sendo frequentemente desrespeitados pelo presidente do CRO-BA, que se descontrola em vídeos ofensivos, publicados nos grupos de dentistas, toda vez que é questionado sobre a segurança do pleito. Nada disso estaria ocorrendo se fosse utilizado o sistema gratuito e seguro, fornecido pelo Conselho Federal de Odontologia, para voto online”, defende o candidato.
O vídeo citado por Alves, que representa a chapa 2, circula nas redes sociais. No registro, ao qual o Metro1 teve acesso, Arriaga chama o adversário de “estagiário, moleque, mentiroso” e defende o sistema de votos impressos. Anos antes, quando eleito para seu primeiro mandato, o dentista elogiou em vídeo o sistema online e fez promessas de melhoria. “É um acerto um voto online, precisamos trabalhar para melhorar o sistema, e com sua ajuda, no próximo biênio faremos isso”, prometeu o profissional durante campanha de segundo turno em 2019.
O Metro1 teve acesso, ainda, a foto da urna (acima) que estaria sendo utilizada para armazenar os votos já recebidos pela modalidade por correspondência. Na imagem, uma urna de papel aparece aberta. (Metro1)