Revisão do PIB (Produto Interno Bruto) de 2016 divulgada nesta sexta-feira (9) mostra que o desempenho da economia em 2016 foi um pouco menos ruim do que apontavam dados preliminares. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB caiu 3,3% em 2016 em comparação ao recuo de 3,5% apontado antes da revisão. Uma queda inferior à detectada no consumo das famílias, que representa quase 63% do PIB, ajudou a melhorar o resultado. Segundo a revisão, o consumo caiu 3,8% em relação à queda de 4,3% apontada anteriormente. As revisões do PIB anual são feitas nos dois anos seguintes à primeira publicação de acordo com o maior volume de informações obtido pelo IBGE. Assim, a instituição consegue apresentar um retrato mais detalhado e estruturado da economia. Essa foi a segunda e última revisão do PIB de 2016. No próximo dia 30, a instituição vai divulgar a primeira revisão do PIB de 2017, além de informações mais detalhadas sobre os trimestres de 2016.
Será possível saber, então, se a fotografia da recessão pela qual passou a economia brasileira é ou não menos trágica. A partir dos dados hoje disponíveis sabe-se que a queda acumulada no período recessivo foi de 8,2%. A recessão teve início no segundo trimestre de 2014 e terminou no quarto trimestre de 2016, segundo o Codace, um comitê de economistas abrigado na Fundação Getulio Vargas que se dedica a determinar a duração e a intensidade dos ciclos econômicos.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Em 2016, segundo o IBGE, o setor de serviços perdeu 2,3% (ante 2,6% anteriormente), acumulando queda 4,9% nos anos de 2015 e 2016. No caso da indústria, a queda se intensificou (de -4% para -4,6%), assim como na agropecuária (de -4,3% antes da revisão para -5,2%) – a primeira queda após três anos consecutivos de crescimento. Entre 2015 e 2016 a indústria acumula uma redução de 10,1% nos, com destaque para a construção, cujo recuo foi de 10% só em 2016. No biênio 2015-2016, a construção acumula queda de 18,1%. A queda do consumo, no entanto, foi menos intensa. O recuo no setor que representa 62,8% do PIB, foi de 3,8%, ante queda de 4,3% anteriormente. Já o consumo do governo cresceu 0,2%. A primeira leitura apontava queda de 0,1%. Os investimentos, compostos por construções, máquinas e equipamentos, produtos de propriedade intelectual e outros ativos fixos, também tiveram desempenho piorado. Eles caíram 12,1% (ante queda de 10,3% anteriormente). Com isso, a taxa de investimento em 2016, em 15,5%, foi a menor da série iniciada em 1995. Em 2016, o setor externo contribuiu positivamente para o PIB. Como já havia ocorrido em 2015, as exportações apresentaram um aumento em volume de 0,9%. As importações caíram 10,3%. Com informações da Folhapress.