Rostos de algumas das vítimas assassinadas na Bahia durante uma semana no mês de agosto de 2017 (Foto: Montagem/G1)
Um ano após o início do Monitor da Violência, desenvolvido pelo G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 26% das 99 mortes violentas registradas na Bahia entre os dias 21 e 27 de agosto de 2017 tiveram inquéritos concluídos. De acordo com o levantamento, quatro casos tiveram os julgamentos realizados no estado.
MONITOR DA VIOLÊNCIA: VEJA OS NÚMERO EM TODO O PAÍS
No Brasil, das 1.195 mortes registradas, mais da metade dos inquéritos policiais continua em andamento. Apenas 2% do total de casos têm hoje algum condenado pelo crime. E o mais grave: menos da metade dos crimes tem um autor identificado. No âmbito nacional, O novo levantamento revela que:
687 casos estão em andamento (57,5% do total de casos)
424 casos estão concluídos (35% do total)
são 104 suicídios no total
em 506 casos, a autoria ainda é desconhecida (em 116, não há informação sobre isso)
há 469 casos com o autor ou os autores identificados pela polícia
em 215 casos, foi efetuada a prisão de um ou mais suspeitos(menos de 20% do total)
em 230 casos, os autores já respondem a processo na Justiça
30 casos foram a julgamento (destes, 23 acabaram com uma condenação)
Na Bahia, o índice de condenados é um pouco acima da média nacional: 3%, o que representa três condenados. Além deles, uma acusada foi inocentada em júri popular, o que totaliza quatro julgamentos de um total de 99 mortes. Ou seja, aproximadamente 4% das mortes tiveram julgamentos realizados na Bahia, um ano após os crimes. Com relação aos inquéritos policiais, 26 foram concluídos, 56 continuam em andamento, um foi arquivado e o restante não foi informado pelas autoridades responsáveis. Sobre os processos judiciais, das 99 mortes, 15 viraram denúncias à Justiça, 67 ainda não foram denunciados, um foi um caso de suicídio e o restante não foi informado. Em Salvador, foram registradas 31 mortes entre 21 e 27 de agosto de 2017. Um ano após o levantamento, apenas em quatro casos os inquéritos foram concluídos. (G1 Bahia)