Alguns influenciadores digitais têm abordado nas redes sociais a questão de homens que se sentem receosos em abordar mulheres em festas, com receio de serem mal interpretados como praticantes de assédio. Essa discussão levanta uma importante reflexão: onde está o limite entre paquera e assédio?
Para explorar essa temática, o Portal A TARDE conversou com frequentadoras do Parque de Exposições durante as festividades de São Pedro, buscando entender como elas preferem ser abordadas por homens em eventos sociais.
As estudantes de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Eduarda Moraes e Aline Sousa, ambas com 20 anos, enfatizaram a importância da educação e do respeito mútuo: “Ser educado, perguntar se a mulher aceita dançar ou não”, afirmaram.
Para Cecília Nogueira, vendedora de 39 anos, o ponto crucial é não importunar: “Se a gente falar que não quer, não é para insistir. Chegar para dançar, se houver reciprocidade. Não forçar um beijo.”
Marcos Paixão, produtor audiovisual, compartilhou sua visão mais cautelosa sobre a paquera moderna: “Hoje em dia é diferente, não é que tudo seja assédio, mas é preciso ter cuidado. Até mesmo para dançar, é melhor iniciar com contato visual e depois convidar.”
Já Alberto Santos, motorista de aplicativo de 24 anos, ressaltou a importância do consentimento: “Só paquero se perceber interesse. Se ela demonstrar interesse, eu convido para dançar. Se não, respeito e deixo quieto.”
Além dessas opiniões individuais, durante o São João da Bahia, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM-BA) está promovendo a campanha “Oxe, Me Respeite!”, distribuindo materiais informativos sobre violência contra a mulher e instruindo agentes públicos para atuarem nos festejos, conscientizando sobre as formas de reconhecer e denunciar o assédio.
Essa matéria busca estimular a reflexão e o debate sobre comportamentos respeitosos e consensuais em contextos sociais, promovendo o entendimento mútuo e a prevenção de situações de assédio.
Como reconhecer o assédio?
O assédio pode vir de diversas formas, entre eles estão olhares e comentários de conotação sexual que deixam a vítima desconfortável. Confira abaixo:
1- Contato física não correspondido, como toques, beijos, carícias, tapas e abraços.
2- Comentários e observações insinuantes sobre a aparência físico ou sobre a personalidade da pessoas assediada.
3- Olhares ou gestos de natureza que causam desconforto.