A missão da ONU no Afeganistão (UNAMA) informou nesta segunda-feira (25) a morte de 13 civis, dos quais 10 crianças, num bombardeio realizado no sábado por tropas internacionais na província de Kunduz, no norte do país.
“Um bombardeio realizado pelas forças militares internacionais na noite de sexta-feira para sábado em Kunduz, para apoiar as forças pró-governamentais no terreno, matou 13 civis e feriu outros três”, referiu a UNAMA em comunicado.
De acordo com a nota, segundo “as conclusões preliminares” acredita-se que dez dos mortos são crianças pertencentes à mesma família e deslocadas por causa do conflito que atinge o país desde a invasão dos Estados Unidos em 2001.
A operação ocorreu em Telawka, perto da cidade de Kunduz, capital da província, e teve como objetivo prestar apoio às forças pró-governamentais que lançaram uma ofensiva contra os talibãs na região.
O comunicado não especificou qual o país que realizou o bombardeamento, embora a missão da OTAN no Afeganistão esteja limitada a fornecer treino para as forças afegãs e apenas os Estados Unidos forneçam apoio aéreo no âmbito de suas operações antiterroristas.
O porta-voz do Corpo de Operações Especiais do exército afegão, Abdul Qayum Nuristan, rejeitou numa entrevista à agência de notícias EFE que tenha havido vítimas civis em Telawka e afirmou que a operação terminou apenas com a morte de cerca de trinta talibãs, metade deles membros da Unidade Vermelha, uma espécie de força especial dos insurgentes.
A guerra no Afeganistão causou em 2018 um número recorde de civis mortos, 3.804, o maior desde há uma década, quando a ONU começou a contabilizar as vítimas civis, enquanto os Estados Unidos e os talibãs negociam um acordo de paz para por fim a 17 anos de conflito.
Em 2018, o número de civis mortos em bombardeios aéreos foi idêntico ao conjunto dos anos de 2014, 2015 e 2016.
Especificamente, houve 1.015 vítimas civis em bombardeios aéreos (536 mortos e 479 feridos), o valor mais elevado em uma década, dos quais 632 (393 mortos e 239 feridos) corresponderam a ataques das forças internacionais, de acordo com a UNAMA. Com informações da Lusa.