Está cada vez mais próxima a realidade em que os homens também poderão tomar pílulas como método contraceptivo. Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism teve sucesso na fase 1, que é a etapa na qual a droga foi testada pela primeira vez em humanos para detectar o seu grau de segurança e efeitos colaterais. Participaram da pesquisa 40 homens saudáveis do laboratório LA BioMed da Universidade de Washington, localizado em Seattle, Estados Unidos. Todos tomaram uma pílula — conhecida como 11-beta-MNTDC — em diferentes doses durante aproximadamente um mês.
De acordo com os pesquisadores, a pílula tem uma “composição irmã” em relação a outro experimento para desenvolver um contraceptivo masculino — o DMAU — divulgado ano passado. O medicamento contém uma forma de testosterona que combina as ações do andrógeno e da progesterona. O andrógeno é um hormônio masculino que ajuda a neutralizar as quedas dos níveis da testosterona. A progesterona, por sua vez, bloqueia a produção dos hormônios luteinizante ( LH) e folículo-estimulante ( FSH), que ajudam na produção do esperma e da testosterona.
Resultados
Os homens que participaram do estudo provavelmente tiveram diminuição na produção de esperma, embora notar tal informação não fosse o foco dos pesquisadores: para constatar a queda da produção, seria necessária uma observação de meses.
Os cientistas notaram, no entanto, mudanças nos hormônios que causam uma diminuição na produção de esperma suficiente para que houvesse uma ação contraceptiva eficaz.
De acordo com os pesquisadores, as repercussões negativas causadas pela ingestão do medicamento foram poucas. Embora alguns dos homens — a minoria —relataram fadiga, acne e dores de cabeça, além disfunções eréteis e menor desejo sexual, de modo geral, a libido dos participantes não diminuiu e bastou interromper o tratamento para que os efeitos contraceptivos terminassem.
“Nossos resultados sugerem que essa pílula, que combina duas atividades hormonais em uma, diminuirá a produção de esperma enquanto preserva a libido”, registrou em comunicado a pesquisadora Christina Wang, do Instituto de Pesquisa Biomédica de Los Angeles e do Centro Médico Harbor UCLA.
A pesquisa, no entanto, ainda está em continuação, abrindo espaço agora para testes com casais sexualmente ativos e resultados mais elaborados. “Um novo método contraceptivo masculino reversível e seguro estará disponível em aproximadamente dez anos”, afirmou Wang. (Galileu)