O prefeito de Acajutiba, no Agreste baiano, Alex Freitas, e um policial militar que atua no município, tiveram os sigilos telefônicos quebrados em decisão da última sexta-feira (21) pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Os dois são acusados de envolvimento na morte de André Santos de Souza, conhecido por fazer críticas à gestão de Freitas.
A decisão do desembargador Luiz Fernando Lima ocorreu após pedido da delegacia local. O magistrado deu 24 horas para as operadoras TIM, Vivo, Oi e Claro liberarem os áudios e mensagens do período entre 1° de janeiro e 21 de junho passado, um dia após o assassinato de André Santos Souza. O desembargador ainda intimou a representação do aplicativo WhatsApp no país para fornecer em 48h logs de acesso dos últimos dois meses dos acusados. As operadoras de telefone ainda terão de interromper por 24h mensagens pelo WhatsApp dos investigados.
Segundo as investigações, Alex Freitas é suspeito de ser o mandante do crime. No começo da noite do dia 20 de junho, André Santos de Souza conversava com o pai em uma rua, perto da casa onde morava. Ele se afastou para atender um telefone. No momento, dois homens a bordo de uma motocicleta se aproximaram, um deles sacou uma arma e disparou várias vezes. Após os tiros, a dupla fugiu. A ação durou segundos.
Nenhum pertence foi tirado da vítima, o que descartou a hipótese de latrocínio [roubo seguido de morte]. A investigação conduzida pelo delegado Jorge Figueiredo apontava claros sinais de “execução”. Antes do homicídio, André Santos de Souza relatava ameaças de morte. Segundo ele, no dia 4 de junho sofreu ameaça de um segurança da empresa GOLD que presta serviço para a prefeitura na frente da sede do Executivo Municipal.
O proprietário da empresa de segurança, o policial Fábio Barbosa Cunha, o Sargento Cunha, teve também o sigilo telefônico quebrado. O PM é suspeito de liderar um grupo de extermínio que age na região. Antes do dia do crime, André chegou a dizer em vídeo que muitos assassinatos aconteciam na cidade e, se algum crime ocorresse contra o próprio, estaria ligado ao prefeito Alex Freitas.
Como parte das investigações, o desembargador ainda quebrou o sigilo de outras oito pessoas, incluindo o da vítima, como parte da investigação. O Bahia Notícias tentou contato com o prefeito, porém as tentativas acabaram frustradas. No telefone institucional da prefeitura, não houve resposta. No celular que consta no processo como de Freitas, a resposta era que o número estava desligado.
por Cláudia Cardozo / Francis Juliano – Bahia Notícias