Adolescente de 17 anos morre quatro dias após parto em Salvador; família reclama de negligência médica

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Uma adolescente de 17 anos morreu quatro dias após dar à luz, no Hospital Sagrada Família, no bairro Monte Serrat, em Salvador. Familiares de Ana Paula Araújo dos Santos reclamam de negligência médica. A vítima deu à luz uma menina, no dia 30 de abril. A bebê é a primeira filha da adolescente. Em entrevista ao G1, a irmã da adolescente, Adriele Araújo, de 21 anos, disse que, após o parto, Ana Paula reclamou que sentia muitas dores, mas recebeu alta junto com a bebê, no dia 2 de maio. Os familiares reclamam que a adolescente passou por um parto normal induzido e que teria tido um órgão perfurado durante o procedimento. De acordo com Adriele Araújo, ao chegar em casa, a adolescente voltou para o hospital na última sexta-feira (3), quando os médicos avaliaram e disseram que ela passaria por uma cirurgia, sem explicar o motivo. Segundo informações da irmã da adolescente, Ana Paula não resistiu a cirurgia e morreu no sábado (4). Adriele Araújo informou que conversou com uma enfermeira e pediu para ver o corpo da irmã. Entretanto, recebeu o conselho para não olhar.

Ana Paula deu à luz no dia 30 de abril e morreu no dia 4 de maio — Foto: Arquivo Pessoal

A família recebeu a certidão de óbito do hospital, mas decidiu registrar o caso na 3ª Delegacia, que fica no Bonfim. O corpo foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta terça-feira (7) e foi enterrado no cemitério de Plataforma, no subúrbio ferroviário de Salvador. Adriele contou que recebeu um atestado de óbito da unidade médica que informava que a irmã morreu após um choque séptico, uma peritonite e abdômen agudo inflamatório. Contudo, a jovem disse que o atestado entregue pelo IML diz que a vítima morreu no domingo (5) e no Hospital Roberto Santos. Em nota, o Hospital Sagrada Família informou que prestou toda a assistência necessária ao parto normal da paciente e, ao retornar ao hospital, a adolescente foi acompanhada diante do quadro apresentado. Ainda no comunicado, a unidade médica disse que será aberta uma sindicância para que os fatos sejam esclarecidos. A unidade médica também afirmou que tem uma gestão voltada para a “humanização e promoção da saúde” e não se furtará em esclarecer os fatos, apoiar a família da melhor maneira e apurar responsabilidades. O G1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil, que informou que a equipe da 3ª Delegacia aguarda o laudo pericial sobre a morte da adolescente, para dar prosseguimento às investigações. (G1/Ba)

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