Na noite deste sábado, 6, o UFC 259 vai reunir 30 lutadores em Las Vegas, nos Estados Unidos, onde estarão também em jogo os cinturões de três categorias. O mais esperado duelo para a torcida brasileira será entre a baiana Amanda Nunes ‘Leoa’, de 32 anos, que vai defender o título peso-pena (até 65,7 kg) contra a desafiante australiana Megan Anderson, 31, na coluta principal.
A luta é aguardada também porque deveria ter sido realizada em dezembro de 2020, mas acabou sendo remarcada pela organização do UFC depois que Amanda alegou “questões de saúde” para não comparecer. Além da Leoa, o nigeriano Israel Adesanya, que migrou do peso-médio (até 84 kg) para a meio-pesado (até 93 kg), vai estrear na categoria como desafiante do polonês Jan Blachowicz, detentor do cinturão.
A terceira e última luta valendo o cinturão vai colocar em lados opostos no octógono o russo Petr Yan e o jamaicano Aljamain Sterling. Atual campeão e invicto há dez lutas, o russo defende o cinturão do peso-galo (até 61,2 kg).
Para Amanda Leoa, que também detém o título do peso-galo (até 61,2 kg), a expectativa é de uma luta difícil contra Anderson. “No MMA tudo pode acontecer. Conectar um golpe ou alguma coisa é capaz de ser nocauteado ou finalizado. Acho que a Megan é uma atleta perigosíssima, não tenho nem como falar que vai ser ‘de boa’ essa luta. Ela é perigosa, está vindo de duas vitórias também, e sem nada a perder”, comentou Amanda.
Além da preparação intensa para essa luta, a brasileira analisou que é preciso manter a atenção no jogo e estatura elevada da australiana e que esta sabe muito bem usar a envergadura a seu favor e contra suas adversárias. Megan tem 1,83 m de altura, pesa 66 kg e, por conta dessa envergadura, consegue acertar em cheio e mais facilmente o rosto de suas oponentes.
Já Amanda mede 1, 72 metro, pesa 61 kg e consegue uma envergadura de 1,75 metro tendo um alcance de pernas de 1,04 metro. Invicta desde setembro de 2014, ela soma 11 vitórias seguidas, oito das quais entrando no octógono para defesas do cinturão. Anderson acumula seis vitórias por nocaute em 15 lutas na carreira, venceu um total de onze e sofreu quatro reveses.
“Eu tenho a habilidade de mudar uma luta com minha potência e minha envergadura. Minha capacidade de controlar a distância é algo que Amanda nunca enfrentou e isso vai lhe trazer muitos problemas. Amanda é ótima batendo, mas não é tão boa quando apanha”, analisou a australiana, que vem de vitórias nas duas últimas lutas.
Se depender dos palpites reunidos nas casas de apostas, a vitória de Amanda é líquida e certa, embora a australiana tenha também chance reduzida de triunfar. Na última consulta feita, a brasileira aparecia favorita com cotações de até -1400 (isto é, seria como investir US$ 1.400 para se lucrar apenas US$ 100). Já uma vitória da desafiante estava rendendo até 7,5 vezes o valor apostado.
Para Amanda, a luta representará a sua segunda defesa do cinturão do peso-pena que, no cômputo geral, vai lhe garantir a incrível marca de sete defesas totais até agora contando as duas categorias. A Leoa entrou para a história anotando no currículo a honra de ser a primeira mulher a conquistar títulos em duas categorias diferentes.
Detém ainda a façanha inédita, registrada em dezembro de 2018, de se tornar primeira lutadora a defender os cinturões simultaneamente, tendo vencido todas as ex-campeãs dos pesos em que é a atual campeã.
Outros brasileiros
O evento contará com a participação de outros quatro brasileiros, começando pelo carioca Thiago Marreta, adversário do austríaco Aleksandar Rakic no peso meio-pesado do card principal. Também lutará o paranaense Rogério Bontorin, contra o neozelandês Kai Kara-France, na peso-mosca (até 57 kg). Por último, as brasileiras Livinha Souza e Amanda Lemos se enfrentam num duelo feminino da categoria peso-palha (até 52,2 kg). (A Tarde)