Uma professora, de 52 anos, diz ter sido vítima de “abuso de poder e violência policial”, enquanto acompanhava o marido no Hospital Municipal de Amargosa, a 241 km de Salvador.
O caso foi registrado na última quinta-feira (10/6). Na ocasião, Maria Nilda, que estava com uma neta de 5 anos, buscava atendimento médico para o esposo, identificado como João Joventino, que sofria de graves problemas renais.
Em entrevista ao Aratu On, nesta segunda-feira (14/6), Maria contou que Joventino havia chegado da zona rural do município já com fortes dores decorrente de uma crise renal e decidiu procurar assistência médica no hospital.
Já no local, o atendimento teria demorado e ao questionar, o casal foi informado pelo recepcionista da unidade de saúde que só havia uma médica de plantão e a mesma estaria ocupada “fazendo um processo”.
Em meio à espera, o homem se contorcia de dores, rolando pelo chão. As imagens foram gravadas em vídeos que circulam nas redes sociais e mostram o desespero de João Joventino. Na filmagem, ele chega a suplicar “pelo amor de Deus que fosse atendido, até mesmo por um enfermeiro”, mas o recepcionista ressalta que a equipe médica não podia atender.
“Nesse momento, ele começou a xingar que isso estava acontecendo porque não era um deles, e não adiantava ter casa bonita se não tinha panela para cozinhar. No linguajar dele, quis dizer que não adianta ter um hospital novo se não tem médico para atender a população! Nesse meio tempo ele chutou um banco. Daí apareceu um enfermeiro e falou que era um desacato e que iria ligar para polícia. Falei para ele: ‘ó filho, não tem necessidade de ligar para polícia, mas você quer: ligue!’, como de fato ligou.” contou a professora Maria Nilda ao Aratu On.
Equipes da Guarda Municipal, que havia sido acionada pelos funcionários do hospital, chegaram e em ‘questão de minutos’, João foi atendido e medicado. Depois do atendimento, os guardas informaram que ele teria que ser conduzido à delegacia. Porém, a professora Maria Nilda saiu em defesa do esposo e argumentou a ação dos agentes.
“Eu falei ‘olhe o estado desse homem?’ E falei ‘ele não vai, sente aqui João’. Ele sentou e um dos guardas não gostou, colocou o dedo em minha cara e falou uma serie de absurdos. Eu respondi que se ele não admitia que ninguém colocasse o dedo na cara, eu também não admitia. O agente ficou mais furioso, se curvou (por ser alto), e colocou o dedo na minha cara. Rebati e falei: ‘quem é você para colocar o dedo em minha cara?’ E o guarda me encheu de desaforo. Perdi o controle o chamei de moleque e falei para que me respeitasse. Aí foi o momento que ele me deu uma chave de braço e colocou a algema”, detalhou a professora.
A cena era presenciada por outras pessoas que estavam no local. “Vergonhoso o despreparo da nossa guarda. Quanto profissional apto a manter a ordem pública, promove justamente o contrário: o temor, a revolta social e a desordem pública. Lamentável!”, disse uma mulher em uma rede social sobre a atuação dos agentes da Guarda Municipal. “Uma vergonha, coloca pessoas despreparadas para atender a população, justiça neles, indignada.”, lamentou uma usuária do Facebook. (Aratu)