Anestesista do HRSAJ defende o uso de medicamento em estudo na prevenção da Covid e alerta: “deixar pessoas em casa é uma catástrofe”

O anestesista Eliomar Andrade / Imagem: Voz da Bahia

O anestesista Dr. Eliomar Andrade da Silva defendeu o uso de medicamento ainda em estudo, a Ivermectina contra a prevenção do novo coronavírus na Live do Voz da Bahia no Programa Meio-Dia e Meia desta terça-feira (30). Segundo o anestesista, o polêmico medicamento ainda em estudo não é uma novidade, porém para ele, nem todos têm conhecimento necessário.

IVERMECTINA:

Embora seja desconhecida de muitas pessoas, a Ivermectina é um vermífugo responsável por uma das maiores intervenções de saúde em países africanos e da América Latina dos últimos 40 anos. Trata-se de um medicamento que faz parte do grupo dos antiparasitários com ação em vários vermes e parasitas, além de combater ácaros. Esse medicamento só pode ser vendido sob prescrição médica e devido a ampla utilização desse fármaco por mais de 60 anos, ele é considerado muito seguro. Contudo, é importante o uso racional, de forma apropriada, na dose certa e por tempo adequado.

ANESTESISTA DR. ELIOMAR:

Eliomar inicia sua fala ao dizer ser contra o isolamento. Segundo ele, não deve haver quarentena de pessoas sadias, “a quarentena é para pessoas doentes ou no máximo as pessoas que corriam risco de se contaminar e adoecer seriamente, por isso, desde o princípio antes mesmo da Europa e determinados países fazem sair todos para rua usando máscara e luvas para te lembrar de que, você não deve tocar a mão no seu rosto, por que o vírus não entra pela pele, entra pelas mucosas nasais no olho ou boca, então o que é preconizar, desde o início é todos na rua, todos trabalhando de máscara e de luva”, explica.

O anestesista reforça que o uso da máscara impede a proliferação do vírus, pois quando a pessoa espirra, tosse ou fala a máscara protege a pessoa.

Eliomar ainda afirma que o coronavírus não é letal como o ebola, “se fosse letal, eu particularmente iria ficar no mato para não me contaminar, mas a gente sabe que o percentual enorme de pessoas, elas não têm nem a doença. Eu não vou falar gripezinha para não achar que eu sou Bolsonarista, porém quem teve essa conversa inicial foi o Dr. Drauzio Varella e que o Bolsonaro simplesmente copiou, mas é verdade, a verdade é que o percentual enorme de pessoas, talvez 80%, então porque que eu não posso dizer que uma fração pequena da população tem uma gripezinha e a outra fração ainda menor adoece seriamente a ponto de precisar de uma UTI? Então já se sabe desde o início que o vírus não é violento e não é letal para a maioria. Eu não estou falando letal para aqueles que têm uma baixa imunidade”, explica.

Ainda sobre o isolamento social, Eliomar Andrade fala que ao deixar a grande massa de pessoas produtivas em casa é uma catástrofe, “se a massa produtiva estivesse trabalhando nós não teríamos essa segunda, que é o desemprego, as pessoas no Brasil já tem dificuldade em encontrar emprego, os nossos pobres já tem dificuldade, vivem com muita dificuldade, a maioria das pessoas ganham menos de um salário mínimo. O mundo é dividido em dois tipos de pessoas: empregado e empregador não existem o terceiro tipo, só tem o empregado e o empregador. Aquelas pessoas que tem habilidade e dinheiro para abrir uma empresa, quem tem habilidade e não tem dinheiro vai ser empregado e que não tem habilidade nem dinheiro vai ser empregado também, então a gente precisa manter os empregadores e os empregados, mas estão prendendo todos e não iremos ter impostos, nós não vamos ter dinheiro arrecadado para pagar o funcionalismo e para sustentar as pessoas que trabalham como autônomos”, relata.

Sobre as testagens, Dr. Eliomar afirma que se houvesse o conhecimento que está sendo apresentado hoje, não precisaria realizar tais testes, “a prevenção é barata e fácil, a profilaxia é você não adoecer. Essas substâncias no qual iremos comentar já existem antes da pandemia e se fosse bem colocado, se o Brasil não fosse dividido como está dividido e fossem todos uns pelos outros, especialistas teriam sentado, realizando a passagem de conhecimento sobre as medicações e desde o início, todos estavam trabalhando”, relata.

O anestesista aponta que não é pesquisador, apenas um estudioso que acompanha um grupo de médicos que falaram por duas horas e meia em uma live, “eles passaram que a Ivermectina, a hidroxicloroquina e a cloroquina são capazes de frear a malignidade do vírus, é capaz de diminuir bastante a carga viral e a pessoa não adoecer. A ivermectina ela não tem efeito colateral, e quando eu digo efeito colateral, é o uso dela na dose terapêutica, a droga tem efeito tóxico se você tomar cinco, seis ou dez vezes mais do que a dose terapêutica, aí você vai ter efeito tóxico, mas para quem usa a dose terapêutica não tem efeito colateral”, diz.

Ainda sobre a Ivermectina, o anestesista esclarece que se trata da droga do Ivomec, “os veterinários prescreve 07 mg, por quilograma de peso vivo e o animal só pode ser abatido 6 meses depois, e durante esse período, o medicamento fica fazendo efeito no corpo do animal e também do nosso corpo porque a Ivermectina tem trofismo (manutenção da saúde dos músculos) pela gordura; a gordura absorve e fica ligada nela, ela fica liderando a gordura visceral”, expõe.

NÃO PODE SER USADO:

Sobre contra recomendação, Dr Eliomar esclarece que o medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas ou que estão em fase de amamentação, além disso, crianças com menos de cinco anos ou com menos de 15 quilos também não são recomendadas a fazer o uso do medicamento, “e não deve ser usadas em pessoas que está afetado essa barreira, e a gente conhece só a meningite que estão com células inflamadas, porque vai dar passagem a Ivermectina para o cérebro e a pessoa vai ter convulsão, delírios ou coisas que acometem o sistema nervoso central”, explicou.

“OS POBRES NÃO A USAM”:

Andrade esclarece que a Ivermectina e a hidroxicloroquina estão sendo usadas, segundo ele, por médicos, políticos e autoridades, “todas as pessoas que têm boas informações estão usando essas substâncias, só que não está usando Ivermectina são os pobres. Então eu digo para vocês o seguinte: a saúde é um direito do povo e um dever do estado, o livre arbítrio que nós temos e o direito de vir também precisam ser respeitados no Brasil e no mundo. Prender as pessoas dentro de casa? Elas estão se contaminando no mesmo jeito. As autoridades deveriam cuidar da saúde das pessoas; as que tem dinheiro já vem usando a Ivermectina e as outras doses e elas não estão adoecendo, é raro você escutar dizer que uma pessoa bem posicionada na sociedade tanto culturalmente, quanto economicamente morreu, a gente não vê isso, então eu proponho que todas voltem a trabalhar, abram a cidade e que governadores e prefeitos que usurparam o nosso direito de ir e vir, que nos liberem. Eu não quero entrar em polêmica e nem dizer algo de direita ou de esquerda, mas quero dizer que essas pessoas traíram nosso povo, elas estão envergonhando o nosso povo, estão todos presos dentro de casa, vamos soltar todas as pessoas, levar as pessoas para trabalhar, esses governantes e prefeitos eu considero como traidores do povo, precisam deixar o povo trabalhar e eu digo para vocês povo pobre desse país, vocês precisam em casa orar pelas autoridades para terem sabedoria para cuidar de verdade para com a população”, finaliza.

O CONTRADITÓRIO:

Por se tratar de um remédio muito usado em casos de verminoses, a gastroenterologista e endoscopista Roseane Bicalho Assis tem familiaridade com a ivermectina e ao Jornal Gazeta aponta os riscos da população seguir tal orientação. Em resumo, ela afirmou que utilizá-la de forma profilática não faz sentido.

Conforme a própria bula de uma marca de ivermectina, a substância pode causar mal-estar, diarreia, dor de cabeça e falta de disposição – sintomas relatados por pacientes da Covid-19 no Espírito Santo. “É um medicamento considerado seguro, mas pode levar à alteração hepática (no fígado) e renal”, alertou a médica.

Reportagem: Voz da Bahia

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