Aparição ao vivo de eleitor de Lula serve de aviso à Globo

Imagem: Reprodução

Era apenas mais uma previsível entrada ao vivo para mostrar cariocas e turistas na praia, no aniversário de 457 anos do Rio. Virou notícia pelo deboche de um banhista engajado.

Quando o repórter-cinematográfico fazia a panorama, ao vivo no telejornal local ‘RJ1’, um homem percebeu a presença da câmera da Globo, se levantou e estendeu uma toalha com o rosto de Lula, pré-candidato do PT à Presidência da República.

Ao notar a propaganda política inusitada, em plena areia de Copacabana, o cinegrafista movimentou a câmera para tirar o rapaz da imagem. Tarde demais. Minutos depois, a imagem já começava a viralizar nas redes sociais.

O próprio banhista se manifestou no Instagram. “Sim, vim pro Rio apenas para aparecer com a toalha do Lula no RJ1”, debochou André Serena, estudante de Ciências Sociais e militante LGBTQIA+, de São Paulo.

O episódio ganhou conotação cômica pelo fato de Lula ser um dos maiores críticos da Globo. O ex-presidente se diz “vítima” e “censurado” pelo jornalismo da família Marinho.

Os adms do líder da esquerda foram rápidos: divulgaram o vídeo no Twitter. “Feliz aniversário para o meu querido Rio de Janeiro e um abraço para o companheiro da toalha”, diz o post.

Para a Globo, a manifestação reitera a previsão do que está por vir. A cobertura da campanha presidencial será tensa. Sob ataque tanto da direita quanto da esquerda, de bolsonaristas a lulistas, a emissora será um alvo preferencial.

Os links (transmissões ao vivo) vão exigir segurança reforçada, já que apoiadores dos principais candidatos e cidadãos anti-Globo tentarão protestar diante das câmeras com gritos dos slogans de campanha e ataques como “Globo lixo” e “Fora Globo”.

Essas interferências serão inevitáveis. O assunto foi discutido em conversas internas no canal. A prioridade vai ser garantir a integridade física das equipes. Algumas já sofreram intimidação verbal e até ameaça de agressão durante o trabalho na rua.

Líder em audiência e afirmando ser imparcial, a Globo não quer exibir propaganda dos presidenciáveis tampouco ser surpreendida com um ato violento contra seus profissionais. Mesmo com as precauções, será difícil evitar completamente as duas situações. (Terra)

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