Após críticas, Bolsonaro justifica recusa de ajuda da Argentina à Bahia

Moradora do distrito de Sambatuba, em Ilhéus (BA), com donativos recebidos após tragédia provocada pelas chuvas Camila Souza/Governo da Bahia/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua conta oficial no Twitter nesta quinta-feira, 30, para justificar a recusa de uma ajuda humanitária oferecida pelo governo da Argentina no atendimento às vítimas das chuvas na Bahia. Após o governo federal ser bastante criticado nas redes sociais por dispensar o apoio humanitário, Bolsonaro escreveu que “a avaliação foi a de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições”.

Na última segunda-feira, 27, o governo argentino ofereceu o apoio da Comissão Capacetes Brancos, um grupo especializado em assistência humanitária, nas cidades baianas de Vitória da Conquista e Itambé. Bolsonaro disse que o auxílio seria “muito caro para o Brasil” e que as Forças Armadas e a Defesa Civil já estão trabalhando na região atingida.

O presidente ainda ressaltou que o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão, que ofereceu ajuda com “barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água”. Esses equipamentos ainda devem chegar à Bahia em aviões ou serem comprados no mercado brasileiro.

Ontem, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA): são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro.

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 30, 2021

A notícia de que o governo federal havia recusado a ajuda da Argentina ocorreu horas após o governador da Bahia, Rui Costa (PT), agradecer publicamente o apoio oferecido pelo país vizinho. Já haviam se passado dois dias desde a oferta de ajuda argentina, e Costa ressaltou que apenas aguardava o aval do Ministério das Relações Exteriores.

A Argentina é comandada por Alberto Fernández, de esquerda e simpatizante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e, por isso, tem a antipatia ideológica de Bolsonaro. (Veja)

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