Um estudo desenvolvido no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) concluiu que sonecas com duração de 30 a 60 minutos têm resultado positivo no aprendizado. O trabalho foi conduzido pelo neurocientista Sidarta Ribeiro e analisou, durante seis semanas, 24 alunos do 5º ano do ensino fundamental. Segundo a Folha de S. Paulo, as crianças assistiram às mesmas aulas de ciência e história. Em seguida, foram divididos em três grupos: o primeiro teve a possibilidade de tirar uma soneca; o segundo teve outra aula sobre um assunto diverso; o último teve uma pausa do tipo recreio. Nos dias seguintes, os estudantes trocaram de grupo até passarem por todas as situações. Testes para aferir a retenção do conteúdo mostrou que sonecas de 30 a 60 minutos aumentaram em cerca de 10% os resultados. Por outro lado, não foram identificadas melhoras significativas entre os alunos que dormiam por menos de 30 minutos. Os autores do estudo acreditam que a conclusão esteja relacionada ao estágio 2 do sono, benéfico para a memória declarativa, de curto prazo. Já o estágio REM é mais associado à criatividade. “Estou cada vez mais convencido de que a revolução educacional que o Brasil precisa fazer começa pelo aumento para valer dos salários do magistério e passa em seguida pela otimização da fisiologia (sono, alimentação, exercício) e pela avaliação contínua personalizada via computador”, afirmou Ribeiro.