Principal destaque do primeiro Ba-Vi da temporada, Kayky foi vítima de injúria racial após o clássico. O atacante do Bahia foi comparado a um macaco em uma publicação feita por um torcedor do Vitória nas redes sociais. O jogador imitou uma galinha ao comemorar o único gol do jogo disputado na Fonte Nova, mas a postagem exibia uma montagem com a foto de Kayky e de um gorila. Depois da repercussão negativa, ela foi deletada pelo perfil.
Na manhã desta terça-feira (31), o Bahia divulgou uma nota em que informa que registrou ocorrência junto à Polícia Civil da Bahia.PUBLICIDADE
“Racismo e injúria racial são crimes imprescritíveis e inafiançáveis. Fizemos a denúncia junto ao Twitter e a mensagem de ódio de um torcedor adversário foi apagada – mas o print é eterno. Conta igualmente denunciada e boletim de ocorrência realizado junto à Polícia Civil da Bahia”, diz o comunicado.
Procurado pela reportagem, o Vitória informou que não vai se pronunciar sobre o caso.
Kayky imitou uma galinha no gramado da Fonte Nova, aos 17 minutos do primeiro tempo, quando marcou o primeiro gol dele com a camisa do Bahia. O tento garantiu o triunfo por 1×0 para o Esquadrão no clássico válido pela quinta rodada do Campeonato Baiano.
Ele balançou os braços como se estivesse batendo asas, em frente à organizada Bamor, que antes do jogo exibiu um mosaico na arquibancada com a frase “não fujam”, em alusão ao Ba-Vi de 2018, encerrado antes dos 90 minutos porque o Vitória ficou em campo sem a quantidade mínima de atletas permitida para a bola rolar.
Esse é o segundo episódio de injúria racial no futebol baiano em uma semana. Na última quinta-feira (26), o crime não foi cometido nas redes sociais e sim no Barradão, durante o triunfo por 3×0 do Vitória contra o Doce Mel, válido pela quarta rodada do Campeonato Baiano. Na ocasião, o goleiro do time visitante, Rodolfo, foi chamado de macaco.
Aos 32 minutos do primeiro tempo, o jogador caiu no gramado e foi levantado pelo árbitro Wagner Francisco de Souza. O placar ainda marcava 0x0 e muitos torcedores xingavam o arqueiro, quando um deles o chamou de macaco. A agressão foi captada pelo áudio da transmissão televisionada pela TVE.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no último dia 12 de janeiro a Lei 14.532, de 2023, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, com a pena aumentada de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão. Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo. (Correio)