A atriz Kika Kalache, ex-Rede Globo e atualmente na TV Record, onde atua na novela “Jesus”, denunciou que foi vítima de uma ação arbitrária por parte da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ela foi parada em uma blitz, na noite desta quinta-feira (11), no Leblon, quando voltava de um jantar com o marido. Kika afirmou que ficou surpresa com a justificativa de um policial para revistar seu veículo. De acordo com a atriz, o PM a reconheceu e afirmou que a profissão de Kika é “suspeita”, porque “atores usam drogas”.
“Parei o carro e perguntei o que estava acontecendo. Ele disse que era uma blitz para procurar armas e drogas. Ri e perguntei: ‘tenho cara de suspeita?’. Ele respondeu: ‘a sua profissão é suspeita, atores usam drogas. Já parei um ator aqui hoje e ele estava com maconha. Vou ter que revistar tudo. Vocês são suspeitos e isso são ordens do governador (Wilson Witzel)’”, revelou a atriz, em entrevista ao Extra.
O carro e seus objetos pessoais acabaram revistados e, em seguida, Kika foi liberada. “O PM começou a revistar minha bolsa, a maquiagem, a checar tudo. Olhou com lanterna, olhou a mala inteira. Aí, disse: ‘a senhora não tem nada, agora vai”’.
Estado de choque
A atriz declarou que ainda está em estado de choque. “Pode ser uma maluquice daquele policial, mas a sensação que dá é que vai ser assim: revistem negros, surfistas, possíveis marginais, artistas, músicos. Achei isso, em 2019, muito assustador, muito significativo. Me deu medo, sabe? Vão criminalizar a gente assim?”, perguntou.
Por meio de nota, o comandante do 23º BPM diz que “não compactua com qualquer desvio de conduta de seus policiais e que vai identificar o policial, ouvi-lo e, a partir daí, tomar as providências cabíveis”. (Forúm)