Reconhecer o trabalho da mulher rural na unidade familiar. Com esse intuito, a Bahia dá início, neste mês de março, Mês da Mulher, à execução da primeira chamada pública de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) voltada para mulheres agricultoras familiares.
O objetivo é atuar na construção da autonomia econômica de 5,4 mil mulheres, por meio da potencialização das capacidades de ampliação de renda, valorização da produção e do trabalho realizado por elas, além de reconhecer a importância da produção para o autoconsumo e a capacidade de beneficiamento da produção na agregação de valor.
A iniciativa é da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater). Serão investidos R$ 25,5 milhões para atender, inicialmente, mulheres dos territórios Médio Rio de Contas, Baixo Sul, Chapada Diamantina, Sertão Produtivo, Sudoeste Baiano, Sisal, Bacia do Jacuípe, Piemonte do Paraguaçu, Piemonte da Diamantina, Semiárido Nordeste II, Itaparica, Sertão do São Francisco e Litoral Sul.
Para a superintendente da Bahiater, Célia Watanabe, as mulheres rurais, de uma maneira geral, trazem uma visão diferenciada do rural, compreendendo-o como espaço de produção agrícola, mas também de realização da vida, criação de filhos, de trabalho e de lazer. “São elas as principais responsáveis pelo cuidado com o meio ambiente e pela produção dos alimentos para o autoconsumo, zelando pela qualidade do que vai para a mesa de sua família e para a comercialização”, afirma.
A superintendente acrescenta que “a chamada Ater Mulheres busca valorizar esse trabalho pouco reconhecido, comumente considerado ‘ajuda’, pela dificuldade histórica das famílias e das equipes técnicas em mensurar a renda não monetária”. A assistência técnica vai contribuir com a melhoria da qualidade dos produtos, ampliação da produção dos principais sistemas produtivos da Bahia, além de auxiliar com o aperfeiçoamento metodológico da Ater para o atendimento de mulheres rurais.
A ação criará condições favoráveis ao envolvimento e à participação das mulheres, a exemplo das atividades recreativas, com cirandeiras, para as crianças, filhas das participantes, possibilitando, inclusive, que as famílias venham a refletir sobre a justa divisão de trabalho doméstico.
As mulheres rurais beneficiadas receberão também uma caderneta agroecológica que permite que as agricultoras possam anotar e fazer o controle sobre o que produzem em seus quintais. Nelas, as mulheres vão anotar o que venderam, doaram e consumiram e conseguir mensurar a renda monetária e não monetária gerada a partir do seu trabalho. (Ascom)