A bebê de cerca de três meses de vida, que foi resgatada, na quarta-feira (1º), após ser deixada sozinha dentro de uma casa, em Salvador, foi levada para a Organização de Auxílio Fraterno (OAF), mesma instituição que a jornalista Glória Maria adotou as filhas na Bahia.
Segundo o diretor-presidente da OAF, Jozias Sousa, a menina está bem e a instituição aguarda o desfecho do inquérito policial, para encaminhar para o Juizado, que vai tomar a decisão final da criança.
“Como ela chegou ontem à noite, por volta das 21h, aqui na OAF, hoje nós vamos adotar todas as providências para fazer o encaminhamento”, disse Jozias Sousa
Ainda não se sabe se a menina foi registrada, já que até a o início da manhã desta quinta-feira (2), os familiares do bebê não procuraram a polícia.
Em entrevista a TV Bahia, Jozias Sousa afirmou que, caso a bebê não tenha nome, ele vai sugerir a Justiça, uma homenagem a Glória Maria, que morreu há um mês.
“Se não tiver nome, vou sugerir ao nosso querido juiz da 1° Vara, Valter, que coloque, que registre o nome de Glória Maria, em homenagem a essa grande mulher, dessa grande repórter, que há 30 dias nos deixou”, contou.
As meninas moravam na OAF antes do processo de adoção, em 2009. De acordo com Jozias Sousa, Glória Maria visitou a instituição no processo de adaptação, que é quando o adotante convive com a criança que vai ser adotada.
Atualmente a OAF passa por dificuldades com profissionais de saúde. O diretor-presidente fez um apelo por voluntários.
“Você é que é médico pediatra e que queria doar um pouco do seu tempo aqui na OAF, nós temos inclusive espaço próprio para isso. Nós precisamos muito, porque as vezes é uma dificuldade grande para a gente a logística, por falta de carro, enfim, tanta gente”, apelou.
“Nós também criamos uma campanha nas redes sociais com pedidos de fraldas, sabonetes líquido, lenço umedecido e leite”.
Caso
A criança morava em um imóvel na Travessa Mascarenhas de Moraes, no Jardim Cruzeiro, no bairro do Uruguai e foi resgatada por policiais militares.
De acordo com o sargento Freire, da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), uma equipe da corporação recebeu uma denúncia de que a bebê estava sozinha no imóvel e chorava bastante.
“Fizemos várias tentativas para ver se a genitora ou alguma parente chegava até a gente, mas ninguém apareceu. Subimos uma casa, que fica no segundo andar, que estava com a porta meia aberta, e ao entrarmos vimos a criança chorando bastante”, relatou.
O sargento afirmou que vizinhos da casa contaram que a mãe da bebê é acostumada a deixar a filha sozinha na casa.
“No momento em que a gente pegou no colo, ela parou de chorar. Os vizinhos falaram para a gente que a mãe é acostumada a fazer isso, sai e deixa a criança na residência sozinha. Clamaram para a gente realmente tomar uma previdência”, disse o sargento. (g1)
