Brasil deve ter 600 mil novos casos de câncer ainda este ano

Cânceres de colo de útero, estômago e esôfago apresentam altas taxas no país. Imagem: Reprodução

Estima-se para o Brasil, este ano, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer. São dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que ainda exclui o câncer de pele não melanoma (cerca de 170 mil casos novos), ocorrerão 420 mil casos novos de câncer. Segundo o Instituto, essas estimativas refletem o perfil de um país que possui os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e cólon e reto entre os mais incidentes.

O Inca mostra ainda que, o país apresenta altas taxas para os cânceres do colo do útero, estômago e esôfago. Os cânceres de próstata (68 mil) em homens e mama (60 mil) em mulheres são os mais frequentes. A distribuição da incidência por Região geográfica mostra que as Regiões Sul e Sudeste concentram 70% da ocorrência de casos novos; sendo que, na Região Sudeste, encontra-se quase a metade dessa incidência.

Os dados do Instituto apontam que nas Regiões Norte e Nordeste, apesar de também apresentarem os cânceres de próstata e mama feminina entre os principais, a incidência dos cânceres do colo do útero e estômago tem impacto importante nessa população. 

Mundial

A estimativa mundial mostra que, em 2012, ocorreram 14,1 milhões de casos novos de câncer e 8,2 milhões de óbitos. Houve um discreto predomínio do sexo masculino tanto na incidência (53%) quanto na mortalidade (57%). De modo geral, as maiores taxas de incidência foram observadas nos países desenvolvidos (América do Norte, Europa Ocidental, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia). 

Os dados do Inca mostra que, as taxas intermediárias são vistas na América do Sul e Central, no Leste Europeu e em grande parte do Sudeste Asiático (incluindo a China). As menores taxas são vistas em grande parte da África e no Sul e Oeste da Ásia (incluindo a Índia). Enquanto, nos países desenvolvidos, predominam os tipos de câncer associados à urbanização e ao desenvolvimento (pulmão, próstata, mama feminina, cólon e reto), nos países de baixo e médio desenvolvimento, ainda é alta a ocorrência de tipos de câncer associados a infecções (colo do útero, estômago, esôfago, fígado). 

Além disso, apesar da baixa incidência, a mortalidade representa quase 80% dos óbitos de câncer no mundo. Os dados mostram que, os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes foram pulmão (16,7%), próstata (15,0%), intestino (10,0%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%). Em mulheres, as maiores frequências foram encontradas na mama (25,2%), intestino (9,2%), pulmão (8,7%), colo do útero (7,9%) e estômago (4,8%).

Evento

Em Salvador acontece o 2º Highlights do Congresso Americano de Oncologia 2019 e está com inscrições abertas. O evento, sediado no Hospital São Rafael nos dias 19 e 20 de julho, tem o objetivo de promover, ampliar e compartilhar o conhecimento científico sobre os mais variados tipos de câncer, que é a segunda maior causa de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). As inscrições são gratuitas, limitadas e restritas para médicos, residentes, enfermeiros e farmacêuticos.

O oncologista Jadeilton Dias, um dos participantes do evento, falou por telefone com a reportagem da Tribuna da Bahia. Segundo o especialista, os temas que serão apresentados no encontro estão relacionados com melhorias para as pessoas portadoras da doença. “Vamos falar sobre as novas terapias para os tratamentos do câncer. A radioterapia e a imunoterapia. Trazendo o que é de mais moderno para os profissionais envolvidos”, explica o oncologista.  

De acordo com o médico, a programação conta com profissionais do Brasil e do exterior, é dividida por módulos temáticos. Na sexta (19), das 14h às 18h, o público vai poder conferir palestras sobre câncer nas seguintes áreas: Genitourinário, Ginecologia, Cabeça e Pescoço. Já no sábado (20), das 08h30 às 12h30, serão discutidas neoplasias malignas na mama, na região gastrointestinal e nos pulmões. (Tribuna da Bahia)

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