“A medida mencionada é uma prática de mercado que visa tão somente a isenção e proteção da marca, preservando a imagem da instituição”, indica.
A lista de termos vetados em páginas para receber publicidade da Caixa Econômica Federal na internet contém 239 itens e inclui expressões como “Congresso”, “abuso sexual“, “presidente da Caixa Econômica“, “cloroquina“, “covid“, “Marielle Franco“, “Paulo Guedes“, “Regina Duarte“, “Itamaraty”, “fake news“, “Amazônia”, “Felipe Neto”, “ditadura militar“, “Flávio Bolsonaro“, “Sergio Moro” e “Dom Philips“. As informações foram obtidas pelo Congresso em Foco e mostram que há direcionamento das verbas de publicidade do banco.
A blocklist, termo em inglês para evitar que marcas sejam associadas a pornografia ou crimes, é mais longa que o usual, segundo especialistas consultados pelo portal. “Isso mostra que a Caixa virou um instrumento cada vez mais do governo, e não de Estado”, afirma o cientista político André Pereira César. O Congresso em Foco revelou ainda que as agências que atendem à Caixa foram instruídas a punir os veículos que desrespeitam a regra abatendo valores a pagar, suspendendo a campanha publicitária ou aplicando outras sanções, não especificadas pelas agências.
Por meio de nota, o banco se justificou. “A Caixa esclarece que a medida mencionada é uma prática de mercado que visa tão somente a isenção e proteção da marca, preservando a imagem da instituição ao realizar sua inserção em conteúdos aderentes às estratégias mercadológica e negocial do banco e ao seu planejamento de marketing”, indica.
“Destacamos que medidas de preservação da marca também constam em cartilha da Controladoria Geral da União (CGU) de ‘Boas Práticas Aplicáveis à Utilização pela Administração Pública Federal’, que orienta a adoção de ‘Brand Suitability’ quando essa exposição ocorre em contextos e conteúdos inadequados, abrangendo inclusive temas relacionados à política”, completou a Caixa, por meio de nota. (BN)