As Centrais Sindicais estão pressionando o Congresso a manter o valor do auxílio emergencial em R$ 600. O governo Jair Bolsonaro trabalha com um cenário de extensão do benefício até dezembro, por meio da Medida Provisória (MP) 1.000, e deve iniciar os novos pagamentos de R$ 300 no dia 17.
A ideia das centrais é lançar na semana que vem a campanha “#600 pelo Brasil, Bom Para o Cidadão, Para a Economia e Para o Brasil” e pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a pautar a MP. “Coloca o auxílio emergencial pra votar, Maia!”, diz a campanha segundo o jornal Folha de SP.
O esforço do governo vai no sentido oposto e a luta agora é para que a MP não vá para votação, já que pelo prazo constitucional o texto perderá validade em 120 dias, o suficiente para que as parcelas restantes sejam garantidas no valor reduzido.
Muitos parlamentares da oposição e de centro-direita buscam entendimento para que o texto da MP eleve as parcelas do benefício de R$ 300 para os R$ 600 que estavam valendo até agosto. Os integrantes do programa Bolsa Família serão os primeiros a receberem a nova parcela com o valor reajustado e o público geral ainda não tem data para embolsar o auxílio reduzido.
Ontem (8) foi o último dia para inscrição de emendas na Medida Provisória e cerca de 264 propostas haviam sido protocoladas.
Leia a nota das centras sindicais:
É bom para o povo, para a economia e para o Brasil
As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Intersindical Instrumento de Luta e Pública, seus sindicatos e entidades, lançam mobilização nacional para conclamar o Congresso Nacional a votar a MP 1000 e restituir o valor de R$ 600 para o Auxílio Emergencial (R$ 1.200 para mãe chefe de família).
Essa iniciativa fundamental depende, inicialmente, da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de encaminhar o processo legislativo e pautar a votação.
A Medida Provisória 1000 corta o auxílio emergencial pela metade, reduzindo-o a R$ 300, restringindo ainda mais a capacidade de milhões de famílias brasileiras enfrentarem as consequências da crise sanitária causada pela pandemia do Coronavírus, em especial o desemprego e a perda de renda do trabalho. A redução do auxílio compromete gravemente a capacidade de as famílias garantirem alimentação, moradia, transporte e outros bens de consumo básicos.
O auxílio emergencial de R$ 600,00 garantiu o consumo básico de mais de 60 milhões de pessoas, ajudou a mais de 66 milhões de trabalhadores e trabalhadoras informais, fomentou a atividade nas empresas e protegeu milhões de empregos, fazendo a roda da economia girar, impedindo, assim, que uma crise econômica ainda maior se instalasse no país. Mais de R$ 320 bilhões mobilizados para financiar esse auxílio tiveram um impacto positivo na massa de rendimentos das famílias que, transformada em consumo, foi capaz de sustentar mais de 2% do PIB brasileiro em 2020.
Sairemos dessa grave crise sanitária e econômica se formos ousados e tivermos capacidade efetiva de atuar juntos. Cabe ao governo federal articular e coordenar os esforços de enfretamento da crise sanitária, contudo, o governo atua no sentido contrário, o que significa milhares de vidas perdidas por Covid19, mortes que poderiam ter sido evitadas.
Cabe ao governo mobilizar os recursos públicos, com impostos progressivos e taxando os ricos, para garantir renda básica para todos que necessitem, bem como mobilizar investimentos à retomada das milhares de obras paradas, para a expansão da nossa infraestrutura econômica e social, orientando para um desenvolvimento produtivo ambientalmente sustentável, justo e solidário.
Convidamos as organizações, entidades e movimentos para que façamos um grande esforço de articulação das nossas iniciativas. Conclamamos parlamentares e partidos para um amplo diálogo social compromissado com a nação brasileira, com o desenvolvimento econômico sustentável, com a justiça social, diálogo esse que deve agora materializar-se na manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro.
Assinam:
- Sérgio Nobre
Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores - Miguel Torres
Presidente da Força Sindical - Ricardo Patah
Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores - Adilson Araújo
Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - José Calixto Ramos
Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores - Alvaro Egea
Secretário Geral da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros - Joaninha de Oliveira
Secretária Executiva Nacional da CSP – Conlutas - Ubiraci Dantas Oliveira
Presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil - Nilza Pereira de Almeida
Secretaria de Finanças – Intersindical – Central da Classe Trabalhadora - Emanuel Melato
Coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora - José Gozze
Presidente – Pública Central do Servidor
Informações: Isto é Dineheiro/ Spbancarios