Cerca de 27 toneladas de alumínio e quase dez de plástico já foram coletadas, em três dias oficiais de Carnaval, pelas dez centrais de apoio ao catador instalados pela Prefeitura na folia da capital baiana. A Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) fez um cadastro prévio do pessoal que já trabalha por meio das cooperativas, mas também está atendendo os catadores que chegam aos postos por demanda espontânea.
Cinco centrais estão funcionando no Circuito Dodô (Barra-Ondina), outras quatro no Circuito Osmar (Campo Grande), além de uma unidade extra instalada no bairro do Nordeste de Amaralina. A ação tem o apoio da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) e da Ambev.
“Este ano, esperamos uma quantidade menor de resíduo, muito por conta da atuação dos catadores junto às centrais. É um ciclo do bem: os catadores levam seus resíduos (latas, pets e plásticos) às centrais, pesam e recebem o dinheiro na hora. As centrais armazenam o material dos catadores e depois transportam para as cooperativas, onde será encaminhado para a reciclagem”, explica o presidente da Limpurb, Marcus Passos. “Geramos renda e, ao mesmo tempo, preservamos o meio ambiente”, conclui.
Valorização – Para o presidente da Central de Cooperativa Rede Reciclável Salvador, Cristiano Alves, a iniciativa valoriza a atividade dos catadores. “Foi criada uma meta: a cada 30 kg de plástico recolhido, eles recebem R$100 e, a cada 20 kg de latinhas, eles recebem R$50, além do valor do produto. Esse é um incentivo muito importante”, afirma.
Os catadores recebem o dinheiro na hora e, assim, evitam deixar o material acumulado no circuito. Junior Silva, de 19 anos, falou sobre o dinheiro extra. “Esse incentivo é como se fosse o décimo-terceiro do catador. Ajuda bastante, principalmente para quem não está trabalhando e não tem fonte de renda”.
Conscientização ambiental – As ações da Limpurb também têm caráter de conscientização ambiental, com orientações sobre o tema prestadas junto aos catadores. Uma inovação deste ano foi a instalação de tonéis coloridos de 400 litros – o dobro da capacidade convencional – durante a folia para que os foliões possam depositar latinhas de bebidas e outros resíduos recicláveis.
Foto: Inácio Teixeira/Secom