As autoridades mexicanas foram obrigadas a recuar numa operação que permitiu a detenção momentânea do filho do traficante de droga ‘El Chapo’ depois do cartel de Sinaloa ter aberto uma pesada ofensiva em Culiacán, capital daquele estado mexicano e sede do cartel.
De acordo com declarações do secretário de estado para a segurança, Cristóbal Castañeda, o balanço é de 21 pessoas feridas e uma evasão de uma prisão local, segundo a Time.
A tensão iniciou-se quando uma patrulha de 30 elementos da Guarda Nacional foi alvo de vários disparos a partir de uma casa em Culiacán, na quinta-feira. A patrulha conseguiu repelir o ataque e entrou na casa, onde identificou Ovidio Guzmán López, um dos filhos do líder do cartel, ‘El Chapo’, que se encontra detido nos Estados Unidos.
A casa depressa ficou cercada por membros do cartel, armados de tal forma que os militares foram obrigados a libertar Ovidio Guzmán e a suspender a operação.
O confronto ultrapassou o perímetro da casa, com os membros do cartel fortemente armados a trocar tiros com a polícia em várias partes da cidade.
No meio do caos, um grupo de cerca de 30 detidos (os números não são consensuais) conseguiu fugir de uma prisão da cidade.
O ministro da Segurança, Alfonso Durazo, em declarações à imprensa na mesma noite, não detalhou se o filho de ‘El Chapo’ esteve preso, mas confirmou que as autoridades entraram na casa e saíram sem ele. “Foi tomada a decisão de suspender as operações, com o objetivo de preservar o bem-estar e a tranquilidade da sociedade de Culiacán”, afirmou.
A decisão mereceu também o apoio do presidente mexicano, López Obrador, que detalhou que a operação do militares tinha sido ordenada com base num mandado de detenção. “A detenção de um criminoso não pode valer mais do que as vidas das pessoas”, justificou. “Não queremos mortes. Não queremos guerra”, acrescentou.
‘El Chapo’, o famoso traficante de drogas mexicano, foi em julho condenado a prisão perpétua por um juiz federal de Nova Iorque, num processo judicial que começou em 2016 com a sua detenção no México.
Joaquin Guzmán, de 62 anos, é acusado de ter dirigido entre 1989 e 2014 o cartel de Sinaloa, que enviou para os Estados Unidos mais de 154 toneladas de cocaína e grandes quantidades de heroína, metanfetaminas e marijuana. (Notícias ao Minuto)