Os casos de câncer infantojuvenil (de 0 a 19 anos) aumentaram cerca de 30% na Bahia, em 10 anos. Em 2008, foram 3.459 casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde, na plataforma Datasus. Já em 2017, foram 4.583. Os números de 2018, que estão incompletos, porque só vão até outubro, já chegam a 3.692. Essa é uma tendência nacional: no mesmo período, os casos passaram de 52.174 para 60.328, em todo o Brasil. No entanto, o crescimento na Bahia foi maior do que no resto do país: 30% contra 15%, respectivamente. Segundo a oncopediatra Laura Fontes, do Hospital Aristides Maltez e do Martagão Gesteira, esse aumento se deve a dois fatores importantes nos últimos anos. Um deles é a própria melhoria do diagnóstico – agora, é possível identificar a doença de forma mais precisa e mais rápida. Além disso, houve um aumento no número de serviços especializados na Bahia. O Martagão Gesteira, por exemplo, é uma das unidades do país que participa do desenvolvimento do protocolo latino-americano para uso do ácido arsênico no tratamento da Leucemia Promielocítica Aguda (LPA), um dos tipos mais raros da doença. “Quando somamos esses dois fatos, podemos explicar o aumento desses casos na Bahia, já que as crianças agora são tratadas aqui e não mais precisam procurar outros estados como São Paulo”. Dentre os casos de câncer infantojuvenil, a leucemia é o mais comum – oscila entre 25% e 35% do total, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. (Correio24horas)