Os casos de Covid-19 na cidade de Itaparica, que fica na ilha de mesmo nome, na Bahia, cresceram quase 50% após o período de São João. A informação foi confirmada por Ive Queiroz, coordenadora de Vigilância em Saúde da cidade, em entrevista a TV Bahia, na manhã desta sexta-feira (10). Ela pontua que, apesar de não haver festa na cidade, as pessoas se reuniram em casa.
Conforme Ive, até o dia 30 de junho, a cidade tinha 80 casos. De lá para cá houve um intenso crescimento, e o reflexo disso foi registrado no último boletim epidemiólogo de Itaparica, divulgado na quinta-feira (9), quando foram contabilizados o acumulado de 118 de casos.
A coordenadora pontua que, apesar de não crescer de uma única vez, todos os casos têm relação com o São João, por causa do período de incubação do vírus. Vale lembrar que o feriado de São João chegou a ser antecipado pelo governo do estado como medida para reduzir a taxa de contaminação da Covid-19 no estado.
“A gente percebeu o crescimento em cálculos feitos depois do dia 30. A gente levou em consideração o período de incubação até o desenvolvimento dos sintomas. Analisando isso tudo, percebemos o aumento dos casos de quase 50%. Esse aumento foi por causa do São João”, disse.
Ive explicou ainda que não houve chamados para a prefeitura sobre festas no São João. Mas, mesmo assim, a gestão conseguiu contabilizar que os bairros com maiores concentrações das festas, dentro das casas, foram: Alto das Pombas, Marcelino e Misericórdia.
“Estamos preocupados. Muito preocupados com essa situação. Intensificamos as ações. Temos equipes volantes na cidade para fiscalizar o cumprimento dos decretos. Mas mesmo assim as pessoas se reuniram dentro das casas. As concentrações dos festejos são foi no Alto das Pombas, Misericórdia e Marcelino”, pontuou.
Na semana passada, o governo da Bahia decretou toque de recolher em Itaparica e em mais 10 cidades como forma de evitar o crescimento dos casos da Covid-19.
Segundo o decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), fica restrita a locomoção noturna, a permanência e o trânsito em vias, equipamentos, locais e praças públicas, das 18h às 5h, entre o próximo domingo e 12 de julho.
Na cidade, que tem pouco mais de 22 mil habitantes, a entrada de turistas foi restringida. Além disso, as praias de Itaparica foram bloqueadas, para que as pessoas não acessem esses locais. O comércio da cidade só pode funcionar até as 17h. Depois desse horário, só as atividades essenciais. Para Ive, as pessoas estão mais conscientes.
“As pessoas se conscientizaram bastante. A gente percebe já uma diminuição na circulação das pessoas na rua da cidade. O uso de máscara, que é muito importante. As pessoas estão aderindo bastante a toque de recolher. Principalmente esta semana, que a gente percebeu que as pessoas estão se conscientizando”, afirmou.
Desde março, que o governo do estado havia reduzido os horários das viagens do sistema ferry-boat, transporte marítimo entre Salvador, para diminuir o fluxo de pessoas na Ilha. As lanchas para Vera Cruz, vizinha a Itaparica, também tiveram redução de horário.
Desde abril que o embarque de passageiros e veículos ficou limitado a 50% da capacidade das embarcações. Aos fins de semana e feriados, as operações das travessias para as ilhas ficam completamente suspensas. Está proibido o transporte hidroviário para fins de turismo nos terminais náuticos do estado da Bahia. (G1)