Cerca de 450 mil famílias são afetadas pela seca na Bahia, afirma Osni Cardoso

De acordo com o secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, já era esperada uma estiagem no estado, mas as ondas de calor agravaram a situação

Foto: Metropress/Fernanda Vilas Boas

Com quase 600 mil km² e os efeitos da mudança climática, a Bahia vem enfrentando cenários críticos, mas completamente diferentes em suas cidades. São 208 municípios em estado de emergência, 195 deles relacionados à seca e 13 à chuva. Em entrevista à Rádio Metrópole nesta terça-feira (6), o Secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, revelou que cerca de 450 mil famílias estão sendo afetadas pela seca no estado e falou sobre como a gestão estadual tem atuado.

“A gente tem que conviver com essas duas facetas, tem que atuar nos municípios ao mesmo tempo. Alguns receberam muita chuva mesmo estando em estado de emergência para seca. Mas a chuva da forma que ela está chegando ela também não resolve, ele vem de vez e aí não fica. Pode até entrar água no açude, no reservatório, mas a produção de alimento ainda não é possível se vier de uma vez só. É necessário que ela venha de forma contínua”, disse o secretário.

Segundo Osni, as regiões da Bahia têm diferentes dinâmicas, mas em algumas já é esperado anualmente longos períodos sem chuva e os produtores conseguem passar por eles. Para 2023, já existia uma previsão de estiagem no estado. “O que agravou este ano foi a alta temperatura, que aí não é só secar o mato, a mortandade de animais e das plantas, fez também com que a água evaporasse mais rápido. Então a gente perdeu uma quantidade de água mais rápido, a gente não tinha isso, não tinha como prever. Acabou que uma estiagem muito mais curta do que o que a gente já teve fez um efeito muito mais danoso que antes”, explicou.

Ainda de acordo com o secretário, ao todo são cerca de 450 mil famílias sofrendo com a seca na Bahia. Ele pontuou ações como a distribuição de cestas básicas, de ração para animais, além da contratação de carro pipa e perfuração de poços e ampliação de reservatórios. De acordo com ele, o governo do estado já destinou R$ 450 milhões para ações de convivência direta e emergenciais.

“Cada região tem uma peculiaridade. Tem lugar que falta alimentação humana, tem lugar que o problema é alimentação animal, outras que falta água para o consumo humano. Cada ação tem que ser cirúrgica. Infelizmente nenhuma delas, por mais que a gente coloque quase meio milhão de reais, não é suficiente para atender o tamanho do flagelo. Em alguns lugares falta tudo ao mesmo tempo e a Defesa Civil tem que chegar junto com os municípios para minimamente manter a segurança alimentar das pessoas e dos animais”, disse. (metro1)

google news