A prefeitura de Itororó, no Centro-Sul baiano, declarou situação de emergência neste sábado (25), devido às fortes chuvas que atingem a cidade desde a noite da última sexta-feira (24). Segundo o decreto municipal, a enchente provocou inundações, enxurradas e alagamentos em todo o município.
Na manhã deste sábado, já eram mais de 200 desabrigados, de acordo com as estimativas do prefeito Paulo Carneiro Rios.
“Muita gente perdeu tudo que tinha, só não perdeu a vida. Já vi tanta gente chegar chorando para mim hoje”, lamentou o prefeito, em entrevista por telefone.
Os desabrigados estão sendo deslocados para abrigos em colégios, no centro de convivência da cidade e em igrejas. “Muita gente, quando a chuva vai parando, fica querendo ir para casa, mas a gente está com receio porque a previsão de hoje é que seja igual ou até pior do que ontem. Estou aqui pedindo a Deus para que seja bem menos”, disse. A previsão para Itororó hoje é de que as chuvas continuem, com possibilidade de temporal à tarde, segundo o Instituto Climatempo.
Em poucas horas, o Rio Colônia encheu e transbordou, atingindo todo o município. Em alguns bairros, como o Colônia, a água ainda passava de um metro de altura em algumas casas, na manhã deste sábado. A situação é crítica, já caíram casas. Estou com o Corpo de Bombeiros desde a madrugada socorrendo, tirando as pessoas e fazendo o que podemos”, contou o prefeito. “Moro em Itororó há 50 anos e foi a primeira vez que vi uma chuva assim”, acrescentou.
O Corpo de Bombeiros, através da assessoria, confirmou que resgatou 35 pessoas até o momento.
Medo
Entre os moradores, o clima é de apreensão pelas próximas horas, caso volte a chover muito. “Os moradores estão assustados porque, segundo os mais antigos, isso nunca aconteceu em Itororó. O medo fica estampado na cara de cada um, já que hoje ainda tem previsão de muita chuva”, afirmou o fisioterapeuta Ricciery Amaral, 36 anos.
Natural de Itororó, mas radicado no Rio de Janeiro, ele havia vindo passar o Natal com a família e destacou a solidariedade entre os vizinhos. “Uns ajudando aos outros, carregando peças pessoais, documentos e sendo abrigados em escolas. Seguimos todos tristes com essa situação, além de muito medo”, completou.
por Thais Borges / Correio 24h