Cientistas desenvolvem exame de sangue capaz de detectar câncer em duas horas

A ORF1p é uma proteína produzida em níveis elevados em células cancerosas.

O magnésio funciona para que os linfócitos T (foto acima) eliminem com mais facilidade células infectadas por câncer ou vírus - Foto: Reprodução / NIAID

Um grupo de pesquisadores das universidades de Rockefeller e Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu um exame de sangue altamente sensível, rápido e acessível para a detecção de câncer em poucas horas. Esse teste identifica uma proteína-chave chamada LINE-1-ORF1p, que é produzida pelas células cancerosas.

A proteína LINE-1 é um retrotransposon, um elemento presente em todas as células humanas que se replica e resulta em uma nova cópia em uma posição diferente no genoma. Por sua vez, a ORF1p é uma proteína produzida em níveis elevados em células cancerosas.

Após uma década de estudos, os cientistas descobriram que a presença dessa proteína é significativamente aumentada na maioria dos tipos de câncer, incluindo os mais comuns e letais, como câncer de esôfago, cólon, pulmão, mama, próstata, ovário, útero, pâncreas, cabeça e pescoço.

Diversos pesquisadores ao redor do mundo estão em busca de desenvolver testes que possam detectar rapidamente a ORF1p, uma vez que ela é produzida pelas células cancerosas. A capacidade de identificar essa proteína em pacientes antes que o câncer se espalhe pode salvar vidas.

Os pesquisadores constataram que o ensaio foi altamente preciso na detecção da ORF1p em amostras de sangue de pacientes com diferentes tipos de câncer, como câncer de ovário, gastroesofágico e colorretal. Além disso, eles também analisaram o plasma sanguíneo de 400 indivíduos saudáveis, com idades entre 20 e 90 anos, e constataram que a ORF1p foi indetectável em 97-99% desses indivíduos. Apenas cinco participantes apresentaram níveis detectáveis de ORF1p, sendo que o indivíduo com o nível mais elevado da proteína foi diagnosticado com câncer de próstata avançado.

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