Na tarde desta sexta, o governo da Bahia divulgou o ofício do Consórcio Nordeste que foi encaminhado ao Ministério da Saúde com o pedido para que seja criado um programa de complementação curricular e de avaliação na modalidade ensino-serviço, a ser realizado pelas universidades públicas, inclusive as estaduais, para validar os diplomas dos profissionais formados no exterior. O documento está assinado pelo governador Rui Costa, que é presidente do Consórcio Nordeste.
O comitê científico é formado por médicos, cientistas, físicos e pesquisadores, com o intuito de auxiliar os governadores dos estados do Nordeste na tomada de decisão durante a pandemia.
A formação do comitê foi oficializada no dia 30 de março. Mais de duas semanas depois, a Bahia já tem mais de 1 mil casos da doença, além do registro de 36 mortes.
Documento enviado ao Ministério da Saúde foi assinado por Rui Costa, presidente do Consórcio — Foto: Reprodução
A recomendação da validação do diploma ocorreu na quinta-feira (16), quando quatro medidas foram sugeridas e aprovadas: brigada emergencial de saúde, restrição de tráfego nas rodovias do Nordeste, Proteção às equipes de saúde.
Confira sobre o que trata cada uma delas abaixo:
Brigada emergencial de saúde
A Brigada Emergencial de Saúde foi a ação aprovada que recomenda o pedido de validação temporária dos diplomas dos médicos brasileiros formados no exterior.
“É preciso criar com urgência uma Brigada Emergencial de Saúde no Nordeste ampliando o contingente de médicos e demais profissionais de saúde no atendimento à população. Esta iniciativa deve servir para levar médicos aos municípios atingidos pela pandemia e a todos os serviços de saúde mobilizados para este enfrentamento”, diz o documento
O Comitê explicou que o Brasil tem 2,2 médicos por habitantes. Isso significa, portanto, que no interior dos estados há uma grande escassez de profissionais para a população.
Na contramão disso, o comitê destacou que há cerca de 15 mil médicos formados fora do país. A medida recomendada é uma forma de aumentar a quantidade de profissionais em exercício no Brasil e, assim, reduzir o deficit.
Restrição de tráfego nas rodovias do Nordeste
O Comitê recomendou ainda rigidez nas medidas de restrição de mobilidade, proibindo “em todos os Estados do Nordeste, o tráfego intermunicipal e interestadual, garantindo, porém, a segurança dos profissionais de serviços essenciais, com destaque para o transporte de alimentos e materiais de saúde”.
A decisão é em função das projeções de ampliação do número de infectados e também por causa da velocidade de contágio do vírus. Até esta sexta-feira (17), a Bahia tinha 79 cidades com restrição do transporte intermunicipal.
Proteção às equipes de saúde
Essa ação recomenda que os Estados invistam no fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPIs) a todos os profissionais de saúde que estejam na linha de frente e, sobretudo, canalizar o contingente dos chamados testes rápidos a eles.
Monitora Covid-19
O comitê orientou também a implantação imediata do aplicativo Monitora Covid-19 e a realização de ampla campanha de comunicação para o envolvimento da população.
A argumentação é de que o aplicativo dará melhores condições para atendimento remoto, ampliação das possibilidades de diagnóstico precoce, isolamento dos casos confirmados e monitoramento da cartografia do contágio.
Disse também que é necessário buscar soluções tecnológicas para que, por meio do aplicativo, se produza mapas de calor e se conheça, em tempo real, dados do fluxo rodoviário e urbano. Deve-se buscar, com isso, identificar como vírus está se espalhando e quais cidades e bairros são hubs de disseminação. (G1/Ba)