A chegada do frio gera uma dúvida constante nos pais: será que meu filho está agasalhado o suficiente? Alguns sinais ajudam a responder a charada. “A primeira é checar a temperatura do corpo de todo bebê não apenas nas mãos e pés, que podem mesmo estar um pouco mais frios por conta do ambiente”, ensina Kelly Oliveira, pediatra autora da página Pediatria Descomplicada.
As extremidades podem receber meias — dica: use nas mãos dos recém-nascidos também, pois as luvinhas tendem a cair. E vale conferir e encostar no corpo todo da criança, por dentro da roupa. Esse sim não pode estar frio, se não é preciso reforçar o aquecimento com mais roupinhas ou no ambiente.
É importante também prestar atenção aos sinais dos filhos. Conforme o bebê cresce, sua capacidade de regulação térmica melhora e ele perde menos calor para o ambiente. Assim, é possível respeitar os mais calorentos — se eles demonstrarem estar sofrendo com o excesso de peças ou cobertas, tire algumas.
Rosto avermelhado, temperatura corporal elevada, cabelos molhados e irritação são indícios de superaquecimento. Sempre que o bebê estiver chorando, aliás, pode ser um sinal de que ele está desconfortável com a temperatura.
Como vestir o filho no inverno?
Nossas próprias vestimentas são um bom parâmetro. Uma sugestão é colocar uma peça a mais da que o adulto está vestindo nos ambientes internos. Nos externos, que são mais gelados, os pequenos precisam estar mais agasalhados. Use roupas com tecido tipo fleece, que são térmicos e não tão pesados, ou aqueles que parecem um cobertor mesmo. A cabeça deve estar sempre protegida, com touquinhas ou gorros. “Ela representa uma área grande da superfície corpórea, então o bebê perde mais calor por ali”, orienta Kelly.
Em seu Instagram, a pediatra compartilhou um guia que pode auxiliar na escolha da vestimenta.
Medidas além da roupa
Durante a noite, a temperatura cai, mas cobertores soltos e cueiros são contraindicados nos seis primeiros meses de idade por conta do risco de morte súbita. Para dias mais frios, o ideal é recorrer, quando possível, a outras medidas, como esquentar o ambiente com aquecedores (sempre posicionados a alguns metros de distância do bebê) ou ar-condicionado — nesse caso, vale a mesma regra dos dias quentes: a temperatura ideal é de 23º /24º c. “Mas vale lembrar que o que vale é a temperatura que está no ambiente e não a do ar condicionado. Já tive experiências em que o aparelho estava fixado entre 26º-28º graus e o máximo que o ambiente chegou nesses dias frios foi 22º c, afirma Kelly. Outras táticas recomendadas pela pediatra: forrar o leito com cobertores bem presos embaixo do colchão. “Dos seis meses até cerca de um ano, é possível usar sacos de dormir que não cubram o rosto”, sugere. Na falta de climatização do ambiente, deixe o banho para os horários mais quentinhos do dia. (Bebê.Abril)