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Cientistas descobriram que, ao ingerirmos bebidas alcoólicas, instantaneamente, nosso cérebro é alterado para o “modo fome”, o que explica o aumento de apetite. Após catalogarem resultados de pesquisas em camundongos, cientistas britânicos descobriram que o álcool ativa os sinais cerebrais responsáveis por alertar o corpo de que estamos com fome — os achados foram publicados no jornal científico Nature Communications.As conclusões dessa recente pesquisa, que também pode ser aplicada aos seres humanos, provam que o ato de comer mais depois de tomar alguns drinques não está ligado apenas a uma perda da restrição — muito comum em diversas situações em que estamos levemente alcoolizadas; na verdade, o mecanismo é uma resposta neuronal, de acordo com informações do Instituto Francis Crick, em Londres.
Como funcionou o estudo
Os ratinhos foram submetidos, durante três dias, a uma dose de álcool equivalente a uma garrafa e meia de vinho por pessoa. A substância causou maior incidência na atividade dos neurônios AGRP, responsáveis por regular a fome. Resultado: os animais comeram mais do que o normal. Então, os pesquisadores repetiram a experiência, mas com a ajuda de uma outra substância, bloquearam esses neurônios. Os camundongos não comeram tanto como da primeira vez, o que sugere que os AGRP são capazes de induzir a ingestão do álcool. Quando os pesquisadores repetiram a experiência, mas bloquearam os neurônios com uma droga, os ratos não comeram tanto. Isso sugere, de acordo com os pesquisadores, que os neurônios são responsáveis pela maior ingestão alimentos após tomarmos álcool.
Por que consumir menos álcool?
A bebida em si também é extremamente calórica. Por exemplo, uma taça de vinho grande e cheia pode conter o mesmo valor calórico que um donut, isto é, 200 calorias. Denis Burdakov, um dos autores do estudo, afirmou que compreender as alterações que a ingestão de álcool acarreta no nosso corpo pode ajudar a controlar a obesidade. Uma boa notícia para nós, já que mais da metade da população brasileira (51%) apresenta sobrepeso, de acordo com um levantamento do Ministério da Saúde. Sir Ian Gilmore, professor da associação Alcohol Health Alliance UK, fez um alerta para que as pessoas se conscientizem sobre o impacto que a substância pode ter na alimentação de cada indivíduo e os riscos associados ao seu consumo. “O álcool é responsável por mais de 60 doenças e aqueles que o consomem colocam-se em risco ainda maior quando o combinam com uma alimentação desregrada e excessiva. Especialmente porque, quando as pessoas bebem, são mais propensas a fazer escolhas alimentares menos saudáveis”, diz Ian. E ele compelta: “Tanto é que o álcool e a obesidade são responsáveis por 90% das mortes relacionadas a problemas no fígado. A substância também é duas vezes mais tóxica para o órgão em pacientes muito obesos.”
De gole em gole
Confira abaixo as calorias de algumas bebidas alcoólicas:
Batida de frutas com leite condensado: 504 cal em 1 copo/200 ml
Cachaça: 115 cal em 1 dose/50 ml
Caipirinha de limão com cachaça e açúcar: 263 cal em 1 copo/200 ml
Caipirinha de limão com cachaça e adoçante: 182 cal em 1 copo/200 ml
Caipirinha de limão com vodca e açúcar: 310 cal em 1 copo/200 ml
Caipirinha de morango com saquê e açúcar: 282 cal em 1 copo/200 ml
Caipirinha de morango com saquê e adoçante: 182 cal em 1 copo/200 ml
Cerveja: 151 cal em 1 lata/350 ml
Cerveja sem álcool: 82 cal em 1 long neck/355 ml
Chope: 180 cal em 1 tulipa/300 ml
Cuba libre: 170 cal em 1 copo/250 ml
Espumante: 110 cal em 1 taça/125 ml
Gim: 60 cal em 1 dose/30 ml
Margarita: 131 cal em 1 copo/150 ml
Mojito: 250 cal em 1 copo/200 ml
Prosecco: 106 cal em 1 taça/125 ml
Rum: 110 cal em 1 dose/50 ml
Spritz: 261 cal em 1 copo/300 ml
Saquê: 50 cal em 1 dose/35 ml
Smirnoff Ice: 240 cal em 1 long neck/275 ml
Tequila: 110 cal em 1 dose/50 ml
Uísque: 120 cal em 1 dose/50 ml
Vinho tinto: 107 cal em 1 taça/125 ml
Vodca: 120 cal em 1 dose/50 ml (BF)