Condenado por estupro, Cuca deixa o Corinthians após protestos

Treinador ficou no clube por dois jogos

A passagem de Cuca pelo Corinthians durou apenas dois jogos. Em meio a protestos de torcedoras contra sua contratação, o treinador anunciou a saída do clube paulista após a classificação na quarta fase Copa do Brasil.

A contratação de Cuca gerou tantos protestos porque o treinador foi condenado por estupro de uma menina de 13 anos na Suíça em 1989. Após a partida de quarta-feira (26), ele disse que sai por um pedido da família. “Eu saio neste momento, não é pelo o que eu queria. Se espera uma vida inteira para estar aqui. É um pedido da minha família. “Pai, vem, estamos precisando”. Amanhã estou em casa, vou cuidar de vocês”, disse em coletiva.

Após o Corinthians conseguir a classificação nos pênaltis, ainda no campo, Cuca foi abraçado por todos os jogadores. O presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, lamentou a saída e disse que Cuca vem sofrendo um “massacre”.

Entenda condenação

Cuca jogava no Grêmio em 1989 quando foi condenado por ter estuprado uma menina de 13 anos no quarto de um hotel em Berna, na Suíça. O treinador falou sobre o assunto na sua chegada ao Corinthians e negou que tenha envolvimento no crime.

Em 1987, quando o Grêmio fazia uma excursão pela Europa, Cuca e os jogadores Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi foram detidos com a alegação de terem tido relações sexuais com a garota sem consentimento.

A investigação local apontou que a menina de 13 anos se dirigiu com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio. Os atletas, então, a puxaram para dentro e a abusaram.

Após quase um mês detidos em Berna, os quatro jogadores foram liberados. Dois anos depois, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Os jogadores nunca cumpriram a pena, já que o Brasil não extradita seus cidadãos.

Em entrevista ao UOL, o advogado Willi Egloff, que representou a vítima de estupro na Suíça, afirmou que ela reconheceu Cuca como um dos agressores na ocasião. Além disso, o sêmen dele foi usado como prova.

Em 2021, em entrevista à jornalista Marilia Ruiz, Cuca disse que não houve estupro.”Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, tentativa de abuso ou coisa assim. (…) Esse episódio de 1987 precisa ser explicado. Eu estava no Grêmio havia duas ou três semanas apenas, não conhecia ninguém. Eu jamais toquei numa mulher indevidamente ou inadequadamente. Sou um cara de cabeça e consciência tranquila” (ib)

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